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No DF, ajuste fiscal chega até ao zoo; governo também sobe tarifa de ônibus

A entrada no zoológico, que custava R$ 2, passará a ser R$ 10 - Divulgação
A entrada no zoológico, que custava R$ 2, passará a ser R$ 10 Imagem: Divulgação

Jéssica Nascimento

Colaboração para o UOL, em Brasília

15/09/2015 23h38Atualizada em 16/09/2015 13h16

O governo do Distrito Federal divulgou nesta terça-feira (15) novas medidas para tentar contornar a crise financeira. Passagens de ônibus e metrô, alimentação nos restaurantes comunitários e até a entrada do zoológico de Brasília ficarão mais caras. As novas medidas econômicas serão implementadas para equilibrar as contas da capital, que está com um rombo de R$ 5,25 bilhões. As mudanças valerão a partir de domingo (20).

As secretarias também serão reduzidas - de 24 passarão para 16. Já as administrações regionais irão de 31 para 24. Segundo o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), 20% dos salários do governador, vice-governador, secretários e administradores serão cortados. Essas mudanças não precisarão passar pela Câmara Legislativa, pois serão feitas por decreto.

“Hoje tivemos que tomar medidas muito difíceis, mas necessárias para garantir o equilíbrio financeiro do Distrito Federal. Queremos recuperar em breve a saúde financeira da capital. Ainda vamos reduzir em 20% as despesas com cargos comissionados”, afirmou o governador. O restaurante comunitário, que foi criado em 2001 e que nunca havia passado por reajuste, cobrava dos usuários apenas R$ 1 por um prato. Agora, a refeição passará a custar R$ 3. Já a entrada no zoológico, que custava R$ 2, irá subir 400%, e passará a ser R$ 10.

Os novos valores das passagens dos ônibus e metrô passarão de R$ 1,50 para R$ 2,25, de R$ 2 para R$ 3, de R$ 2,50 para R$ 3, e de R$ 3 para R$ 4. “Com os aumentos, vamos economizar R$ 40 milhões de subsídio só este ano, que serão usados para pagar as contas e melhorar o transporte da nossa cidade”, disse Rollemberg.

Para o advogado Henrique Harisson, as novas mudanças serão plausíveis se forem transitórias. “Também haverá corte nos salários do executivo, terceirizados e comissionados, o que é uma novidade. É um preço que temos que pagar por termos errado nas escolhas anteriores. Espero que os aumentos restabeleçam a economia do DF”, afirmou.

“Melhorar a receita”

De acordo com o GDF, outra medida que precisa ser tomada para equilibrar as contas é melhorar a receita da cidade, aumentando o IPTU. Uma proposta de ajuste do valor atual da base de cálculo do imposto em 10%, sem o aumento da alíquota, será encaminhada para a Câmara Legislativa. “A medida, que pode passar a valer em 2016, deve gerar uma receita de R$ 53 milhões para Brasília. Tenho confiança e fé. Vamos viver dias melhores na capital de todos os brasileiros”, disse o governador.

Os concursos públicos também poderão ser suspensos em 2016. Para Natália Rolla da Costa, concurseira há dois anos, a medida foi desfavorável tanto para os estudantes quanto para as instituições especializadas em concursos. “Tem pessoas que estavam se preparando para provas que estavam previstas para sair ainda esse ano e foram suspensas. É complicado, pois passamos horas durante todos os dias, inclusive finais de semana, estudando, e quando ocorre um corte dessa proporção acaba desanimado e desmotivando os estudos”.

Para o GDF, a escolha de suspender os concursos não foi fácil. Entretanto, segundo o órgão, as contas dos aumentos de salários representariam R$ 400 milhões a mais até o fim de 2015.

Até a cerveja e TV por assinatura podem subir

O governo do Distrito Federal também irá sugerir à Câmara o acréscimo da alíquota do ICMS de bebidas alcoólicas e itens de tabacaria, de 25% para 29%. Caso a proposta seja aprovada pelos deputados distritais, terá impacto de R$ 100 milhões em 2016. Já as TVs por assinatura poderão sofrer aumento de 10% para 15%, com impacto de R$ 52 milhões na arrecadação.