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"Receita do impeachment está quase pronta", diz líder do PSDB

O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) - Divulgação
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) Imagem: Divulgação

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

07/10/2015 14h51

Após a segunda sessão consecutiva do Congresso para a análise de vetos presidenciais ser derrubada, e com a provável rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo TCU (Tibunal de Contas da União) nesta quarta-feira (7), a "receita do impeachment" está quase pronta, segundo afirmou nesta quarta-feira o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).

"O impeachment é um processo que exige alguns pré-requisitos. Primeiro, o crime de responsabilidade fiscal, que ficará caracterizado com a rejeição das contas pelo TCU", disse Cunha Lima.

“O segundo, o ambiente político, que está cada vez mais maduro nessa direção. E o terceiro, a insatisfação popular. Porque esta Casa, o Congresso, representa o povo, e povo brasileiro não tolera mais esse estado de coisas”, afirmou o senador em entrevista a jornalistas após a derrubada da sessão do Congresso por falta de quórum.

"Então, os ingredientes para o impeachment começam a se misturar, e a receita está quase pronta”, disse Cunha Lima.

Segundo o líder do PSDB, o governo de Dilma foi submetido a "humilhação" com a segunda sessão seguida do Congresso derrubada por causa da ausência de deputados em plenário, e criticou a reforma ministerial feita pelo governo com o objetivo de ampliar o apoio na Câmara.

“É o suprassumo da humilhação política a que a presidente está sendo submetida, fruto de um modelo que está esgotado. O país não suporta mais a política do toma-lá, dá-cá”, disse.

Após a sessão do Congresso ser encerrada por falta de quórum entre os deputados, a Câmara deu início a uma sessão da Casa com a presença de 428 parlamentares.

O fato é visto como mais uma derrota do governo em conquistar o apoio dos deputados, uma semana após a reforma ministerial ampliar o espaço do PMDB --maior partido da base aliada-- no ministério da presidente Dilma. O PMDB cresceu de seis para sete pastas, e os ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia foram dados a deputados do partido.

Entre os vetos presidenciais que estavam na pauta havia o que impedia o reajuste salarial médio de 59,5% aos servidores do Judiciário, e o veto à extensão a todos os aposentados da política de valorização do salário mínimo. Esses dois itens, se aprovados, podem aumentar as despesas do governo em R$ 47,2 bilhões até 2019.