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Processo contra Cunha pode acabar neste ano, diz presidente do Conselho

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

14/10/2015 18h18

O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo (PSD-BA), disse nesta quarta-feira (14) que o processo que pode levar à cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve acabar antes do final do ano. “Daqui até o recesso, acho que já acabou o processo”, disse Araújo. Segundo ele, a “sociedade cobra apuração” das suspeitas contra Cunha.

Eduardo Cunha foi denunciado na última terça-feira (13) junto ao Conselho de Ética da Câmara pelo PSOL e pela Rede

Pelo menos 46 deputados assinaram uma petição denunciando Cunha por quebra de decoro parlamentar ao ter supostamente mentido em seu depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras ao dizer que não tinha contas no exterior. Nas últimas duas semanas, documentos colhidos pelo Ministério Público da Suíça foram revelados e indicaram que Cunha e membros de sua família controlavam contas secretas no país europeu. Há suspeitas de que as contas era abastecidas com dinheiro oriundo do esquema investigado pela operação Lava Jato. Cunha, que foi denunciado em agosto pela PGR (Procuradoria Geral da República) por crime de corrupção e lavagem de dinheiro, nega ser beneficiário das contas.

Pelo regimento interno da Câmara, o parecer a ser elaborado pelo Conselho de Ética sobre o caso envolvendo Cunha precisa ser votado pelo plenário em até 90 dias após a abertura do processo, mas Araújo disse que esse prazo pode ser reduzido. “Se pudermos adiantar dentro da legalidade, faremos com certeza”, afirmou  Araújo.

O presidente do Conselho negou participar de manobras orquestradas pelo governo ou integrantes da oposição para proteger Eduardo Cunha ao longo do processo. “Não conheço essa palavra [acordo]. No Conselho de Ética não tem acordo. Cada um julga e vota com a sua consciência”, disse Araújo.
A possibilidade de um acordo para proteger Cunha no Conselho de Ética vem circulando ao longo dos últimos dias na medida em que caberia a ele aceitar ou não os pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

Na última terça-feira (13), sua importância nesse processo aumentou quando três decisões liminares do STF (Supremo Tribunal Federal) impediram a possibilidade de parlamentares recorrerem de uma eventual rejeição dos pedidos de impeachment contra Dilma por parte de Cunha.