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Como o futebol de Lula 'explica' o mundo

Lula joga futebol na Granja do Torto, em Brasília, no primeiro mandato como presidente - Sérgio Lima/Folhapress
Lula joga futebol na Granja do Torto, em Brasília, no primeiro mandato como presidente Imagem: Sérgio Lima/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

27/10/2015 06h00

O futebol é uma caixinha de surpresas e ninguém melhor do que Luiz Inácio Lula da Silva soube usar as metáforas esportivas para impulsionar os discursos políticos. Neste aspecto, a eficiência da verborragia do ex-presidente, que completa 70 anos de idade nesta terça-feira (27) é tão surpreendente quanto as surpresas dos resultados nos estádios.

"Todo mundo sabe que eu gosto de futebol, sigo futebol, já joguei futebol – não fui bom, mas já joguei – e eu utilizo muito o futebol nas minhas falas porque é a coisa que pelo menos 90% dos brasileiros entendem ou pensam que entendem", resumiu Lula em um discurso em 2008.

Nordestino de nascimento e corintiano de coração, permeou seus dois mandatos presidenciais com o futebol como uma de suas "bases" ideológicas, com resultados excelentes - fato reconhecido por adversários políticos.

Futebol, uma ferramenta valiosa de Lula

  • Ricardo Stuckert/Instituto Lula

    No futebol é assim: um time medroso tanto leva escanteio, tanto leva bola cruzada, que uma hora a bola entra. Nós tomamos a decisão de não permitir que a crise chegue ao Brasil, porque tem um problema na crise que é o pânico

    Lula, em discurso na reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em 2008
  • Reuters

    Todo mundo sabe que eu gosto de futebol, sigo futebol, já joguei futebol - não fui bom, mas já joguei - e eu utilizo muito o futebol nas minhas falas porque é a coisa que pelo menos 90% dos brasileiros entendem ou pensam que entendem

    Lula, em discurso na reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em 2008
  • Heinrich Aikawa/Instituto Lula

    Tem gente que não gosta do meu otimismo, mas eu sou corintiano, católico, brasileiro e ainda sou presidente do país. Como eu poderia não ser otimista?

    Lula, em 2009
  • Alan Marques/Folhapress

    Quero, mais uma vez, agradecer ao ministro Tarso Genro e à sua equipe, desejando ao nosso querido Fernando Haddad pleno sucesso e que continue fazendo as coisas boas que estão fazendo, porque nós aprendemos, na prática do futebol, que em time que se ganha a gente não mexe, deixa ele continuar ganhando

    Lula, em discurso na cerimônia de apresentação da proposta do Projeto de Lei de Educação Superior e posse do então ministro da Educação, Fernando Haddad, em 2005
  • Thiago Bernardes/UOL

    Quando a direção do Sindicato dos Metalúrgicos realizou o primeiro piquete da história pós-1964, chamou o movimento de 'corrente para frente'. Vivia-se sob o impacto da vitória da copa de 1970, e o slogan 'corrente para a frente', tão vinculado à ditadura militar, foi ironicamente o escolhido para enfrentá-la. Piquete? Não, piquetes são proibidos, fazemos apenas uma 'corrente para a frente', para ver se o patrão melhora o nosso salário

    Lula, sobre a primeira greve dos metalúrgicos em 1978
  • AP Photo/Ricardo Stuckert

    Nós temos aquele pessimista, aquele que fica: 'Pô, só cinco a zero! Por que não fez 10? Porque não fez 15? Poderia ter feito mais!'. Também não vai acontecer. E aquele que é um pouco o que vocês são: o torcedor forte emocionalmente, mas também forte racionalmente, que vocês estão contentes com o 5 x 0 mas, ao mesmo tempo, acharam alguns gols bonitos, outros mais ou menos, outros feios, e acham que o time poderia ter feito mais

    Lula, em 2010
  • ADRIANO LIMA/FOTO ARENA/AE

    Quando vai chegando o final do governo, a gente vai tendo a sensação de que estava assistindo a uma partida de futebol, e eu vou falar em futebol, porque as pessoas mais humildes compreendem mais se eu filosofar futebol. Então, nessa partida de futebol, eu não tenho dúvida nenhuma de que nós estamos ganhando o jogo de quatro a zero, cinco a zero

    Lula, em 2010
  • Ricardo Stuckert/Instituto Lula

    Vamos trabalhar para ganhar as eleições. Não é uma eleição fácil. É como time de futebol. Quando o time está ganhando de um a zero, de dois a zero, quando o time está ganhando, recua, não quer mais fazer falta, pênalti, fica só rebatendo a bola. E quem está perdendo vem para cima com tudo, e é com gol de mão, de cabeça, de chute, de canela. Não tem jogo ganho ou fácil

    Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010