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PT quer defesa do partido e candidatura de militantes em 2016

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

28/10/2015 18h18

Em meio à sucessão de casos de corrupção que atingem seus filiados, o PT decidiu colocar a defesa do partido no centro da campanha eleitoral do próximo ano, quando serão disputados os cargos de prefeito e vereador em todo o país.

"Nessas eleições nós vamos ter como centro, além das propostas para os municípios, vamos ter como centro do debate a defesa do PT", afirmou nesta quarta-feira (28) o presidente do partido, Rui Falcão.

"Isso vai nos levar a ter um número grande de candidaturas, para que nos espaços políticos a gente possa fazer o que não tem condições de fazer agora, devido à ação da mídia monopolizada e conservadora que opera o tempo todo contra nós. [A mídia] é o principal partido de oposição do país hoje", disse Falcão.

Segundo o dirigente petista, o partido também vai estimular a candidatura de lideranças ligadas aos movimentos sociais. "Nós vamos também procurar construir nossas candidaturas preferencialmente no campo democrático e popular, mas também estendendo alianças para partidos da base aliadas, e também procurar valorizar candidaturas proporcionais [vereadores] e majoritárias [prefeitos] advindas dos diferentes movimentos sociais", disse Falcão.

Ele participou nesta quarta-feira de reunião da Executiva Nacional do partido. As propostas para as eleições de 2016 devem estar na proposta de resolução que será apreciada durante reunião do Diretório Nacional do PT, nesta quinta-feira, em Brasília.

Falcão afirmou ainda que a proibição de doações de empresas às campanhas eleitorais deverá dar um caráter mais "militante" à campanha petista.

"Vamos ter que dar um caráter ainda mais militante às nossas campanhas, e saudamos que elas possam ser realizadas fora do âmbito do financiamento empresarial", disse.

O PT sempre defendeu o financiamento público de campanhas. Neste ano, a presidente Dilma Rousseff (PT) vetou trecho de um projeto de lei que mantinha a permissão às doações por empresas, após o STF (Supremo Tribunal Federal) decidir pela inconstitucionalidade desse tipo de contribuição. Agora, apenas pessoas físicas podem fazer doações eleitorais.

 Falcão afirmou ainda que o PT vai reduzir o prazo mínimo de filiação ao partido para disputar eleições, de um ano para seis meses. A mudança segue as alterações na legislação eleitoral aprovadas pelo Congresso este ano