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Três deputados do PT terão posição única sobre Cunha no Conselho de Ética

O presidente do PT, Rui Falcão - Jorge Araujo - 17.abr.2015/Folhapress
O presidente do PT, Rui Falcão Imagem: Jorge Araujo - 17.abr.2015/Folhapress

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

28/10/2015 17h36

O PT deverá se pronunciar de forma "unitária" no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados em relação ao processo que pede a cassação do mandato do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), segundo disse nesta quarta-feira (28) o presidente da legenda, Rui Falcão.

"Lá [no conselho] nós devemos nos posicionar de forma unitária, com nossos três deputados [membros do colegiado]", disse. "A orientação do partido é que haja uma posição unitária", declarou, sem especificar se será a favor ou contra a perda de mandato.

Nesta quarta, o Conselho de Ética recebeu da Mesa da Câmara a representação contra Cunha, protocolada no dia 13 pelo PSOL e pela Rede. Os partidos pedem que Cunha perca o mandato por causa das suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. O conselho deve instalar o processo e definir o relator na próxima terça-feira (3).

O PT tem evitado se posicionar oficialmente sobre a saída do presidente da Câmara do cargo, o que levou à especulação sobre um possível acordo com Cunha. Cabe à presidência da Câmara decidir sobre o eventual prosseguimento de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Cunha ainda não despachou o prinicipal pedido apresentado pela oposição, o documento assinado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior.

Falcão negou que haja acordo. "Quem tem acordo com ele é a oposição. Declaradamente. Tem foto das pessoas [deputados] saindo da casa dele [Cunha]", disse.

O dirigente do PT defendeu que primeiro seja avaliada a defesa que Cunha irá apresentar ao Conselho de Ética. "Ele não é réu ainda. Como que eu vou ficar julgando quem sequer é réu ainda?",questionou. "Está certo que não dão esse tratamento para nós [do PT], nós somos culpados até prova em contrário", afirmou.

Cunha foi denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de receber US$ 5 milhões em propina relativa a contratos de aluguel de navios-sonda da Petrobras. O Supremo ainda não decidiu se acata a denúncia, o que faz com que formalmente Cunha não esteja na condição de réu no processo.

Falcão participou nesta quarta-feira de reunião da Executiva Nacional do partido, que debateu as próximas eleições municipais, em 2016. Segundo Falcão, a situação de Cunha não foi discutida no encontro.