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'Sorteados' veem indícios contra Cunha e duvidam de arquivamento no Conselho

O deputado federal Zé Geraldo (PT-PA) foi sorteado pelo Conselho de Ética e pode ser relator do processo contra Cunha - Sérgio Amaral - 7.dez.2012/UOL
O deputado federal Zé Geraldo (PT-PA) foi sorteado pelo Conselho de Ética e pode ser relator do processo contra Cunha Imagem: Sérgio Amaral - 7.dez.2012/UOL

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

03/11/2015 16h25Atualizada em 03/11/2015 16h57

Dois dos deputados sorteados nesta terça-feira (4) como possíveis relatores do processo no Conselho de Ética contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmaram ver indícios contra o deputado e duvidam de um arquivamento sumário do caso no conselho.

“As evidências são muitas. Isso quem está dizendo não somos nós membros da comissão, são os delatores. Agora nós, membros da comissão, temos que agir com isenção”, afirmou Zé Geraldo (PT-PA).

“Pelas provas que se apresentam, acredito que não [tem condições de ser arquivado]”, disse Vinícius Gurgel (PR-AP).

Os dois, assim como o deputado Fausto Pinato (PRB-SP), foram sorteados pelo conselho como possíveis relatores do processo. A escolha cabe ao presidente da comissão, José Carlos Araújo (PSD-BA), que prometeu anunciar a decisão nesta quarta-feira (4).

O deputado Fausto Pinato afirmou ainda não poder avaliar a representação contra Cunha, mas prometeu agir com "isenção" se for escolhido relator.

Tanto Geraldo quanto Gurgel, no entanto, ressaltaram que ainda não estudaram o processo e não podem falar como relatores do caso.

A primeira etapa da tramitação no conselho é a apreciação de um parecer prévio do relator sobre se o processo reúne elementos jurídicos que permitem o seu prosseguimento. Nesse ponto, o relator pode, em tese, decidir pelo arquivamento do caso, mas o parecer tem que ser aprovado pela maioria dos membros do conselho.

O petista Geraldo também rejeitou a possibilidade de sofrer pressão de seu partido caso seja escolhido relator. “O PT é o PT. Os membros aqui vão trabalhar a partir da sua consciência e dos elementos que forem relatados”, disse.

Como presidente da Câmara, cabe a Cunha decidir pelo prosseguimento de um eventual processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Isso levou a especulações, refutadas veementemente pelo partido, de que o PT poderia agir para proteger o deputado no conselho.

O presidente do PT, Rui Falcão, tem afirmado que o partido terá uma posição fechada sobre o caso durante a tramitação do processo no Conselho de Ética.