Cunha vai apresentar defesa prévia ao Conselho de Ética na próxima semana

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta terça-feira (10) que deve apresentar uma defesa prévia ao Conselho de Ética na próxima semana.

O deputado é alvo de um processo que pede a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. A representação contra Cunha, apresentada pelo PSOL e pela Rede, sustenta que o deputado foi denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) por suspeita de receber proprina do esquema de corrupção na Petrobras e omitiu contas na Suíça das quais ele era beneficiário.

Segundo Cunha, a defesa deve ser apresentada por seus advogados até a próxima segunda-feira (16). "Ele vai apresentar até a segunda-feira, na primeira hora, uma defesa preliminar e a partir daí vamos aguardar o parecer preliminar", disse Cunha.

A sessão do conselho que vai votar pelo prosseguimento ou pelo arquivamento da denúncia contra Cunha está marcada para o dia 24 deste mês.

O relator do processo, Fausto Pinato (PRB-SP), deve apresentar parecer opinando se há elementos jurídicos para o prosseguimento ou não do processo contra Cunha.

Nesta terça-feira, Cunha disse estar "completamente confiante" nos argumentos de sua defesa ao conselho.

Na última semana, Cunha concedeu uma série de entrevistas nas quais afirma que o dinheiro no exterior teve origem em atividades lícitas. Segundo o deputado, ele atuou no comércio exterior –como a venda de carne enlatada para países da África—na década de 1980 e no mercado financeiro, na década de 1990.

Cunha afirma também não possuir contas, mas trustes. Nesse tipo de negócio o investidor entrega seus bens a um administrador, o truste, que fica responsável pelos investimentos e distribuição de rendimentos gerados na operação.

Por isso, o deputado afirma não ter mentido à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras quando disse não possuir contas no exterior.

Cunha também tem negado ter recebido propina ou qualquer vantagem ligada ao esquema de corrupção na Petrobras, sob investigação da Operação Lava Jato.