Após bate-boca, Conselho de Ética decide manter análise de processo de Cunha
Por 11 votos a 10, o Conselho de Ética da Câmara negou o adiamento da análise sobre processo contra o presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por cinco dias úteis. A votação estava empatada em 10 votos a 10, mas o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), desempatou.
A votação foi marcada por confusão entre os parlamentares, que bateram boca em razão da chegada com atraso do deputado Paulo Azi (DEM-BA), que não estava presente no momento em que foi chamado pelo presidente José Carlos Araújo para votar.
O presidente Araújo informou que estava verificando os suplentes por blocos que estavam votando, mas que Azi teria direito a voto. Azi se manifestou contra o adiamento.
O clima continuou tenso. Nos corredores, manifestantes tentavam entrar, gritando palavras de ordem contra o presidente da Câmara.
Aliado de Cunha pede afastamento de presidente de conselho
O afastamento do presidente do Conselho de Ética foi pedido pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS), aliado do presidente de Cunha.
O pedido de afastamento foi feito logo após Araújo desempatar uma votação sobre se o parecer pela continuidade do processo contra Cunha no conselho seria adiado. Araújo votou contra o adiamento.
Segundo Marun, o presidente do conselho teria antecipado sua posição pelo prosseguimento do processo durante entrevista a uma rádio. Aráujo confirmou o conteúdo da entrevista, mas afirmou que apenas manifestou sua opinião pela admissibilidade do processo, e não sobre a suposta culpa de Cunha nas denúncias contra ele.
“Quando falei, falei como cidadão. O relatório [contra Cunha] já tinha sido entregue, já tinha sido lido, e não falei em cassação, falei em admissibilidade. E continuo falando que admissibilidade é dar direito ao deputado Eduardo cunha de se defender”, afirmou Araújo.
A questão não foi decidida na reunião desta quarta-feira. O presidente recolheu o pedido para decidir posteriormente.
Aliados de Cunha apresentaram três pedidos de adiamento da votação do parecer do relator Fausto Pinato (PRB-SP), que pede o prosseguimento do processo. Nesta fase, não é julgado ainda se Cunha de fato cometeu quebra de decoro parlamentar.
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