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Em RR, Dilma volta a dizer que não cometeu crime com pedaladas

Do UOL, em São Paulo

09/12/2015 15h06

A presidente Dilma Rousseff voltou a se defender nesta quarta-feira (9) do processo de impeachment acolhido na semana passada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).

Durante cerimônia de entrega de 2.900 unidades do programa "Minha Casa, Minha Vida" em Boa Vista (RR), Dilma justificou as “pedaladas fiscais”, um dos argumentos que embasam o pedido de impeachment elaborado pelos juristas Miguel Reale Jr., Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, como sendo uma maneira diferente de contabilizar os gastos do governo e viabilizar programas sociais como o “Minha Casa, Minha Vida”. Ela já havia dado declaração semelhante na noite de terça-feira (7).

O artifício das "pedaladas fiscais" consiste em utilizar recursos dos bancos públicos para o pagamento de despesas da alçada do Tesouro Nacional. Com isso, os balanços do governo apresentaram resultados artificialmente melhores, driblando a necessidade de cortar gastos. Por esta razão, o Tribunal de Contas da União recomendou a rejeição das contas de 2014 da gestão de Dilma Rousseff à frente da Presidência da República. Falta ainda a avaliação do Congresso sobre a decisão do TCU.

“Uma das razões para eu ser julgada hoje é que eles acham que não deveríamos ter gastado para fazer o 'Minha Casa, Minha Vida'. É o que eles chamam de pedaladas”, discursou Dilma em meio a uma plateia favorável, formada por beneficiários do programa e integrantes de movimentos ligados ao PT, que entoou “não vai ter golpe” e outros coros em apoio ao governo.

Em seguida, Dilma disse que o governo foi responsabilizado depois de fazer “o maior programa habitacional da história”. “Quando digo que não cometi ação incorreta, é que não é uma ação de dinheiro desviado, ou uso indevido de dinheiro. Eles discordam da maneira que contabilizamos o gasto. Não há nenhum crime”, declarou.