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"Que a verdade se estabeleça", diz Planalto sobre buscas da Lava Jato

Policiais na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), durante operação - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Policiais na residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), durante operação Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

15/12/2015 11h44

O governo federal divulgou nota na manhã desta terça-feira (15) sobre os mandados de busca e apreensão cumpridos em nova fase da Operação Lava Jato. Entre os alvos estavam a residência oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e os ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Henrique Eduardo Alves (Turismo), ambos do PMDB.

“O governo federal espera que todos os fatos investigados na nova fase da Operação Lava Jato envolvendo ministros de Estado e outras autoridades sejam esclarecidos o mais breve possível e que a verdade se estabeleça. Que todos os investigados possam apresentar suas defesas dentro do princípio do contraditório e que esse processo fortaleça as instituições brasileiras”, diz a nota do Palácio do Planalto.

A ação atinge também o deputado federal Aníbal Gomes (CE), considerado o interlocutor do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nos desvios da estatal; o senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA), também investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) na Lava Jato, e o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

O ministro Henrique Eduardo Alves não estava incluído, até agora, em nenhum dos inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal para investigar o envolvimento de políticos nos desvios da Petrobras.

A PF ainda fez buscas do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado e apreendeu documentos na Diretoria-Geral da Câmara dos Deputados, que fecha contratos e ordena despesas da Casa. Pelo menos cinco agentes deixaram o local portando mochilas em que carregavam documentos apreendidos.

Na residência de Cunha, um telefone celular do presidente da Câmara foi apreendido.

São ao todo 53 mandados de busca e apreensão em sete Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco, Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte) e Distrito Federal. O objetivo, segundo a PF, é evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados. Também foram autorizadas "apreensões de bens adquiridos pela prática criminosa", segundo comunicado divulgado pela polícia.

A etapa atual da operação foi batizada de "Catalinárias", como ficou conhecida a série de quatro discursos célebres do orador romano Cícero contra o senador Catilina, que planejava derrubar a República.

Não há prisões, ao menos por enquanto, na nova fase, que se restringe a autoridades políticas.

Cunha é alvo de dois inquéritos por suspeita de ligação com o esquema de corrupção na estatal. Segundo delatores, ele teria recebido propinas que abasteceram contas mantidas pelo peemedebista e familiares na Suíça. Ele nega todas as acusações.