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Mesa Diretora rejeita assinaturas de Picciani para voltar à liderança do PMDB

Ex-líder da bancada do PMDB, o deputado Leonardo Picciani (à direita) conversa com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - Pedro Ladeira - 26.set.2015/Folhapress
Ex-líder da bancada do PMDB, o deputado Leonardo Picciani (à direita) conversa com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Imagem: Pedro Ladeira - 26.set.2015/Folhapress

Carolina Gonçalves

Da Agência Brasil

17/12/2015 11h50Atualizada em 17/12/2015 13h45

A Mesa Diretora da Câmara rejeitou no fim da manhã desta quinta-feira (17) a lista com as 36 assinaturas recolhidas por Leonardo Picciani (PMDB-RJ) para retornar à liderança do partido na Casa. Para a negativa, o órgão argumentou que o deputado Vitor Valim (CE) também foi signatário da lista anterior, que pedia a substituição de Picciani. Criou-se assim uma dualidade. Picciani prometeu recorrer e buscar novos apoios.

Picciani precisa reunir metade mais um da bancada do partido --hoje com 69 parlamentares-- para poder voltar à função. As assinaturas foram obtidas devido ao retorno de alguns filiados que ocupavam cargos no Estado do Rio e foram exonerados, reassumindo vagas na bancada da Câmara, e pela mudança de posição de alguns parlamentares. Entre os deputados fluminenses, estão Marco Antonio Cabral que estava no comando da Secretaria de Estado de Esporte, Lazer e Juventude do Estado, e Pedro Paulo Carvalho, que era secretário municipal da Casa Civil do Rio de Janeiro.

“Acho que fui vítima de um instrumento de força que é ruim para o partido, que constrange os deputados. Fui obrigado a fazer a lista porque foi a única forma de retornar à liderança e manter o calendário de eleição [para que novo líder seja escolhido em fevereiro do próximo ano]. Lamento que isto tenha ocorrido, mas agora restauramos a decisão democrática”, disse. Segundo ele, o argumento usado na conversa com deputados peemedebistas foi o alerta sobre o uso de listas para aprovação de nomes para o cargo em detrimento de eleição.

Saída

O motivo da saída de Picciani foi a lista de nomes do PMDB que ele apresentou para compor a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. As vagas foram disputadas por integrantes do partido aliados do governo e nomes ligados ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que desde o fim do primeiro semestre anunciou rompimento pessoal com o Palácio do Planalto.

Insatisfeitos com as indicações, uma ala da legenda chegou a acusar Picciani de descumprir um compromisso firmado com a bancada, que previa que metade dos nomes (quatro) fosse escolhida entre parlamentares favoráveis ao processo e a outra metade entre mais aliados ao governo. De acordo com o grupo, Picciani “atropelou” a bancada e fechou uma lista que foi construída com o Palácio do Planalto.

Leonardo Picciani minimizou divergências e negou que tenha sido vítima de um golpe. “Creio que isso é fruto do momento tenso que o país vive, em que é preciso aprovar medidas fiscais, quando há um processo de impedimento em curso, e ainda divergências sobre a situação de [presidente da Câmara] Eduardo Cunha. Tudo isto tensiona o ambiente. É preciso que todos recolham suas armas para que o PMDB ajude o país a superar esta situação.”

Diálogo

O peemedebista afirmou que, com a confirmação das assinaturas, retomará a liderança, mantendo o diálogo com o Palácio do Planalto. “Continuarei dialogando com a presidente Dilma [Rousseff]. A maioria da bancada, tenho certeza, preza o diálogo, embora alguns reclamem. Conversando é que se encontram os caminhos para os desafios”, concluiu.