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Com novos recursos, votação de ação contra Cunha é adiada novamente no Conselho

Sessão do Conselho de Ética da semana passada: novo adiamento no caso de Cunha - Lucio Bernardo Junior - 17.fev.2016 / Câmara dos Deputados
Sessão do Conselho de Ética da semana passada: novo adiamento no caso de Cunha Imagem: Lucio Bernardo Junior - 17.fev.2016 / Câmara dos Deputados

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

23/02/2016 17h39

Após quase três horas de sessão, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados mais uma vez não conseguiu nesta terça-feira (22) votar o parecer do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), relator do processo que pede a cassação do mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Na reunião, deputados aliados de Cunha apresentaram ao menos três recursos pedindo o adiamento da votação.

Também foi cobrado uma decisão sobre os recursos de aliados do peemedebista que alegam a suspeição do presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA). Eles alegam que Araújo já se pronunciou favoravelmente ao processo e, por isso, não poderia ter direito ao voto no conselho. O presidente só vota em caso de empate.

"Pelo que estou vendo, eles querem é acabar o conselho. Mas eu tenho mandato. Vai ser difícil de me tirar", afirmou Araújo.

O advogado de defesa de Cunha no conselho, Marcelo Nobre, recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) também pedindo que Araújo não possa votar para desempatar a questão.

O deputado Wellington Roberto (PR-PB), aliado de Cunha, apresentou voto em separado contra o parecer de Rogério.

O conselho se reúne novamente na tarde desta quarta-feira (24), quando tentará encerrar o debate do relatório e votar o parecer.

O processo contra Cunha foi instaurado pelo Conselho de Ética em 3 de novembro, mas não conseguiu sequer superar a primeira etapa, que é a aprovação do parecer pela continuidade da investigação, a chamada admissibilidade do processo.

Rogério pede em seu relatório o prosseguimento do processo. Se aprovado o parecer, Cunha terá dez dias para apresentar defesa contra as acusações de quebra de decoro parlamentar.

O peemedebista é acusado de ter recebido propina do esquema de corrupção da Petrobras e de ter mentido à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras quando disse não possuir contas na Suíça. Ele nega as acusações.

A sessão desta terça começou pouco depois das 14h30, mas por volta das 17h30, o início da votação dos projetos na pauta do plenário da Câmara, a chamada ordem do dia, impediu a votação do relatório.

No momento em que teve início a ordem do dia, ainda havia deputados inscritos para falar na fase de debate do parecer.

Esta será a segunda vez que o parecer de Rogério será posto em votação. Na primeira, o relatório a favor do processo foi aprovado por 11 votos a 9, mas recurso de aliados de Cunha conseguiu que uma decisão do 1º vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA) na prática anulasse o resultado da votação.