Após pressão de militares, Pimentel recua de cortes no Orçamento de MG
Após intensa pressão de militares, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), recuou nos cortes no Orçamento anunciados 72 horas antes e afirmou nesta quinta-feira (25), por meio de vídeo, que o contingenciamento referente ao Instituto de Previdência dos Servidores Militares de Minas Gerais foi suspenso.
O recuo ocorreu após o governador ter anunciado na segunda-feira (22) cortes no valor total de R$ 2 bilhões, com redução de R$ 360 milhões na área de segurança, cuja maior parte viria do instituto dos militares.
"Determinei hoje [quinta-feira] à Seplag [Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão] que corrija o decreto de contingenciamento que foi editado de maneira a retirar aquele valor que seria cortado do orçamento do IPSM [Instituto de Previdência dos Servidores Militares]. Nós vamos retirar o corte de R$ 267 milhões de maneira que não haverá qualquer prejuízo para o IPSM, muito menos para a saúde e seguranças das famílias dos policiais e bombeiros militares”, disse o petista no vídeo.
Publicado por Fernando Pimentel em Quinta, 25 de fevereiro de 2016
Após o anúncio dos cortes na segunda-feira (22), houve intenso movimento nos quartéis. Mensagem do comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Marco Antônio Badaró Bianchini, foi disseminada pelas redes sociais.
"Foi com muita surpresa e descontentamento que este comandante-geral recebeu a notícia de corte de R$ 360 milhões do Instituto de Previdência dos Servidores Militares. Entendemos a dificuldade financeira por que passa o Estado. Entendemos que haveria corte no custeio do Estado, mas o IPSM é nosso e não admitimos qualquer tipo de gestão que venha a colocá-lo em risco", disse o comandante.
"Ele é nosso patrimônio. A nossa saúde e a saúde de nossas famílias não são negociáveis", afirmou Bianchini.
Cortes de R$ 2 bilhões
Na segunda-feira, Pimentel anunciou que faria cortes de R$ 2 bilhões nos gastos previstos para serem executados este ano. Segundo o petista, o Estado vive "momento grave, mas contornável, em relação à arrecadação e gastos".
"Vamos nos desdobrar para que os cortes não signifiquem prejuízo para a população, do ponto de vista do serviço público", disse Pimentel.
O Orçamento aprovado para este ano previa inicialmente um deficit de R$ 8,9 bilhões, com receitas estimadas em R$ 83,10 bilhões e despesas em R$ 90,02 bilhões.
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