Topo

Dilma diz que condução de Lula pela PF foi "desnecessária"

Do UOL, em Brasília

04/03/2016 16h32

A presidente Dilma Rousseff (PT) criticou a operação da Polícia Federal desta sexta-feira (4) que resultou na condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por meio de nota, a presidente classificou a medida como "desnecessária" e criticou a ocorrência de vazamentos ilegais e "prejulgamentos" que, segundo ela, "não contribuem para a busca da verdade".

Segundo a nota, a presidente Dilma diz estar inconformada com a forma como o ex-presidente Lula foi tratado.

“Por isso, manifesto meu integral inconformismo com o fato de um ex-presidente da República que, por várias vezes, compareceu voluntariamente para prestar  esclarecimentos perante às autoridades  competentes, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar um depoimento”, disse a presidente.

Ainda de acordo com a nota, a presidente disse que é necessário “que as investigações prossigam, para a final punição de quem deve ser punido”, mas criticou o que classificou como ambiente de “prejulgamentos”.

“Vazamentos ilegais, prejulgamentos antes do exercício do contraditório e da ampla defesa, não contribuem para a busca da verdade, mas apenas servem para animar a intolerância e retóricas antidemocráticas”, diz a nota.

Nesta sexta-feira, o presidente Lula foi conduzido coercitivamente pela Polícia Federal para prestar depoimento como parte das investigações da Operação Lava Jato. 

Manifestantes entram em confronto em frente à casa de Lula em São Bernardo (SP)

UOL Notícias

De acordo com procuradores do MPF (Ministério Público Federal), há indícios de que o ex-presidente Lula, por meio da empresa Lils e do Instituto Lula, receberam até R$ 30 milhões de empreiteiras investigadas no esquema de corrupção apurado pela Operação Lava Jato. Ainda segundo os procuradores, há evidências de que o dinheiro recebido pela Lils e pelo Instituto Lula havia sido desviado da Petrobras.

Os procuradores também apontaram que o ex-presidente e seus familiares receberam “vantagens indevidas” de empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato. Entre essas vantagens estariam as obras realizadas em um apartamento tríplex na cidade do Guarujá (SP) e em um sítio localizado em Atibaia (SP). 

O ex-presidente nega as irregularidades. Após prestar depoimento à PF, Lula foi à sede do PT em São Paulo onde fez um pronunciamento no qual criticou a atuação da PF e do MPF e disse não temer a prisão. "Não devo e não temo", disse o presidente.