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Dilma faz apelo pela paz e tolerância na semana que antecede manifestações

Do UOL, em São Paulo

08/03/2016 17h43

Tolerância e paz para evitar violência e permitir ao governo trabalhar pelo país. Esse foi o tom principal da mensagem da presidente Dilma Rousseff durante cerimônia no Palácio do Planalto nesta terça-feira (8) que regulamentou lei que prevê cirurgias reparadoras a mulheres vítimas de violência pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Aproveitando a oportunidade para fazer uma saudação pelo Dia Internacional da Mulher para amenizar o clima de acirramento político por conta da suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e do depoimento com condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da silva, ocorridos na semana passada.

"A tolerância e a pacificação são coisas importantes para evitar a violência e para permitir que o governo tenha paz. Os governos precisam de paz para enfrentar a crise e retomar a caminhada do crescimento", disse a presidente em rápido discurso. 

O apelo pela tolerância e por pacificação ocorre em um momento em que movimentos a favor do impeachment confirmam a realização de manifestações no próximo domingo, ao mesmo tempo em que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anuncia que não permitirá a realização de atos em favor do governo do e do PT na avenida Paulista, em São Paulo, também no domingo.

A determinação de que grupos de esquerda, como a CUT e o MST, não poderiam se manifestar na avenida localizada na área central de São Paulo neste domingo já havia sido anunciada pelo secretário de Segurança do Estado, Alexandre de Moraes, sob alegação de que a manifestação pró-impeachment foi marcada antes e é preciso todo cuidado para evitar o confronto entre grupos antagônicos.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, Alckmin disse que a segurança dos manifestantes está garantida no dia 13 e que não serão permitidos atos pró e contra o impeachment nos mesmos local e horário.

A preocupação com eventuais enfrentamentos entre manifestantes - ouve uma "prévia" na última sexta-feira na frente da residência do ex-presidente Lula na última sexta-feira (4), assim como no aeroporto de Congonhas - levou um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) a manifestar preocupação com a temperatura política alta dos últimso dias.

O ministro Marco Aurélio de Mello afirmou, nesta terça-feira (8), estar preocupado com a possibilidade de um confronto grave entre manifestantes pró-impeachment e defensores do governo da presidente Dilma Rousseff no próximo domingo (13). O ministro pediu para que os grupos antagônicos saiam cada um em um dia para "evitar o pior".

"Que cada segmento saia em um determinado dia. Vamos evitar o pior. Receio um conflito. Receio, inclusive, o surgimento de um cadáver. E a História revela o que leva a esse surgimento", disse.