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Dilma critica ataque contra UNE e ação da PM em ato pró-Lula em SP

"Lutamos por muitos anos para o restabelecimento da ordem democrática", diz Dilma em nota - Ueslei Marcelino/ Reuters
"Lutamos por muitos anos para o restabelecimento da ordem democrática", diz Dilma em nota Imagem: Ueslei Marcelino/ Reuters

Do UOL, Em São Paulo

13/03/2016 13h19Atualizada em 13/03/2016 18h16

No dia em que ocorrem manifestações em diversas cidades do país contra o governo, a presidente Dilma Rousseff divulgou nota criticando o ataque a sede da UNE (União Nacional dos Estudantes) e a ação da Polícia Militar de São Paulo que teria invadido uma plenária em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No sábado (12), a sede da UNE em São Paulo, localizada na Vila Mariana (zona sul da capital), foi atacada por pichadores, segundo informou a própria organização.

Os vândalos escreveram frases pedindo a prisão de Lula ("Lula na cadeia") e atacando a militância estudantil ("Vendidos" e "estudantes mortadela").

"Trata-se de uma ação violenta, que confunde o debate político saudável e democrático com a disseminação do ódio. Como venho afirmando à imprensa, ações que constituam provocação, violência e vandalismo prestam enorme e preocupante desserviço ao Brasil", diz a nota divulgada neste domingo (13) pela Presidência.

"O que se viu na sede da UNE (...) foi um gesto de intimidação gratuita e uma afronta a democracia [sic], e deve ser repudiado por todos aqueles que acreditam numa nação livre e democrática."

Sobre a ação no ato pró-Lula, quando integrantes de movimentos sociais e do PT acusaram a Polícia Militar de invadir uma plenária em apoio ao ex-presidente que ocorria na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em Diadema (SP), na noite desta sexta-feira (11), Dilma cobrou uma investigação.

"É preciso que o governo de São Paulo apure com rigor o ocorrido e as motivações para a ação de policiais armados durante uma plenária em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Que os fatos sejam plenamente esclarecidos", diz o texto.

Sede da UNE amanheceu pichada no sábado (12)  - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Sede da UNE amanheceu pichada no sábado (12)
Imagem: Reprodução/Twitter

Sobre a ação no ato pró-Lula, a Secretaria de Segurança Pública afirma que "repudia a errada conotação política que alguns militantes políticos pretenderam dar a uma normal situação". Diz, ainda, que "não houve qualquer tipo de invasão ou intimidação a sindicalistas".

Já sobre a referência à sede da UNE, a SSP-SP disse, em nota, que "a Polícia Civil desconhece a ocorrência. A PM também não foi acionada pela entidade". "Apesar da ausência de notificação à polícia, o deputado Orlando Silva (PCdoB) entrou em contato com o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, que determinou rondas durante toda a madrugada e o dia de hoje nas sedes da UNE e do partido", afirmou o comunicado. 

Leia a íntegra da nota da Dilma:

“É intolerável a violência cometida por vândalos que neste sábado atacaram a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), em São Paulo. Trata-se de uma ação violenta, que confunde o debate político saudável e democrático com a disseminação  do ódio. Como venho afirmando à imprensa, ações que constituam provocação, violência e vandalismo prestam enorme e preocupante desserviço ao Brasil.

Lutamos por muitos anos para o restabelecimento da ordem democrática, para o funcionamento adequado das instituições e para o pleno exercício do direito à expressão e a manifestação política. O que se viu na sede da UNE, no entanto, foi um gesto de intimidação gratuita e uma afronta a democracia [sic], e deve ser repudiado por todos aqueles que acreditam numa nação livre e democrática.

Os mesmos princípios democráticos devem ser defendidos em relação ao episódio ocorrido na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em Diadema, na sexta-feira à noite. É preciso que o governo de São Paulo apure com rigor o ocorrido e as motivações para a ação de policiais armados durante uma plenária em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Que os fatos sejam plenamente esclarecidos”.