Topo

Governistas tentam adiar depoimentos de testemunhas na comissão de impeachment

Comitê Pró-Democracia entregou dossiê e flores a deputados da comissão do impeachment - Fabiana Maranhão/UOL
Comitê Pró-Democracia entregou dossiê e flores a deputados da comissão do impeachment Imagem: Fabiana Maranhão/UOL

Fabiana Maranhão

Do UOL, em Brasília

29/03/2016 13h39Atualizada em 29/03/2016 17h33

Os deputados governistas que integram a comissão especial do impeachment querem adiar os depoimentos de testemunhas e técnicos, previstos para ocorrer esta semana, para após a apresentação de defesa de Dilma Rousseff. A presidente tem até a próxima segunda-feira (4) para fazer isso.

A deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) apresentou no começo da tarde desta terça-feira (29) um requerimento para pedir que oitivas só sejam feitas a partir da próxima semana.

O presidente da comissão, Rogério Rosso (PSD-DF), afirmou que vai "decidir essa questão o mais rápido possível", sem estabelecer uma data.

"Foi assim no processo de [ex-presidente Fernando] Collor [de Mello]", defendeu o deputado Wadih Damous (PT-RJ). Ele lembrou que o STF (Supremo Tribunal Federal) adotou para o processo atual o rito de impedimento aplicado no caso do ex-presidente.

"A estratégia do PT aqui é postergar, é levar com a barriga a decisão do impeachment porque se for para voto, quando for para voto no plenário, vai passar", declarou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).

Durante a reunião de desta terça, os deputados aprovaram o convite para ser ouvidos, pela parte denunciante, dois dos três autores do pedido de impeachment: o ex-ministro do governo FHC Miguel Reale Jr. e a advogada Janaina Paschoal --o terceiro é o ex-petista Hélio Bicudo.

Pela defesa de Dilma, os nomes votados foram: o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e o professor doutor da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) Ricardo Lodi Ribeiro.

Rosso espera que eles compareçam à comissão ainda esta semana. O calendário das oitivas ainda não está fechado.

"Estamos em um momento de esclarecimento da denúncia. É muito importante, do ponto de vista técnico e jurídico, que essa denúncia seja esclarecida para os membros da comissão. Estamos cumprindo a Constituição, a decisão do Supremo [Tribunal Federal] e o rito do impeachmet da lei 1.079", declarou Rosso.