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PMDB não saiu do governo e quem saiu não votou no Temer, diz ministro do PMDB

O ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera - Elza Fiúza/Agência Brasil
O ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera Imagem: Elza Fiúza/Agência Brasil

Leandro Prazeres

Do UOL, de Brasília

31/03/2016 12h04

O ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, disse nesta quinta-feira (31) que, apesar da saída oficial do PMDB da base governista, decidida na última terça-feira (29), o partido “não pulou fora” do governo.

“O PMDB não pulou fora do governo. Quem saiu, já estava fora”, disse o ministro.

Pansera é um dos seis ministros que o PMDB ainda tem no governo e disse que pretende continuar no cargo, apesar das negociações que o Palácio do Planalto tem feito com partidos menores para recompor a base.

Na última terça-feira, o diretório nacional do PMDB anunciou a sua saída do governo e determinou que nenhum filiado do partido poderia ocupar cargos em nome da legenda (com exceção do vice-presidente Michel Temer).

Apesar de determinar a entrega de cargos ocupados pelo PMDB, a direção da legenda não impôs um prazo para que esse “desembarque” ocorresse.

Logo após o anúncio, os ministros Marcelo Castro (Saúde), Kátia Abreu (Agricultura) e Pansera manifestaram o desejo de continuar na função apesar da decisão do partido.

Pansera avaliou que a oficialização da saída do PMDB da base governista não deverá ter impactos diretos na votação do processo de impeachment que tramita contra a presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados.

“O PMDB, ao longo de todo o ano passado, deu maioria nas votações do governo. Por que isso seria diferente agora?”, afirmou Pansera. O ministro disse que o partido continua dividido e que os integrantes que conduziram a saída oficial da legenda da base governista não faziam, de fato, parte da base. “Quem saiu não era mais da base. Quem saiu não votou nem no Temer”, afirmou.

O ministro disse que ele e os demais ministros do PMDB deixaram seus cargos à disposição da presidente e que nesta sexta-feira (1º) deverão se reunir com ela para saber se continuam. O governo negocia com partidos pequenos e médios como o PP e o PR para recompor a base governista.

Pansera admitiu que pode não continuar no cargo, mas disse que continuará a defender o governo mesmo fora do ministério. “Eu vou continuar defendendo o governo, no governo ou fora do governo”, disse.

Os votos do PMDB são vistos como vitais para que o governo consiga barrar o processo de impeachment na Câmara. O PMDB tem 68 deputados e é o maior partido da Casa. Para que o impeachment seja aprovado pela Câmara, é preciso 342 votos favoráveis.