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Após PMDB deixar governo, aliados de Temer começam a ser exonerados

Do UOL, no Rio

01/04/2016 12h42Atualizada em 01/04/2016 15h26

Os ministros do PMDB ainda estão lutando para tentar manter suas pastas, apesar do desembarque do partido da base governista na última terça-feira (29), mas aliados do vice-presidente, Michel Temer, já começaram a ser exonerados. Até agora, somente Henrique Eduardo Alves deixou o primeiro escalão do governo entre os sete ministros peemedebistas da Esplanada.

O titular da Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo, Caio Rocha, entregou nesta sexta-feira (1º) sua carta de demissão à ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Filiado ao PMDB e ligado ao vice-presidente Michel Temer e a Eliseu Padilha, Rocha cumpriu a determinação do partido de desembarcar do governo. A exoneração dele deve ser publicada nos próximos dias. Rocha pretende voltar para a Emater-RS (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul), onde é funcionário de carreira. Só hoje, Dilma eliminou 220 cargos em comissão e funções de confiança no Ministério da Agricultura.

Outros dois secretários de Kátia Abreu, também ligados ao PMDB, ainda não teriam se manifestado sobre cumprir a determinação do partido. Tânia Garib, da recém-criada Secretaria de Integração e Mobilidade Social, seria indicada do senador Waldemir Moka (PMDB-MS); Marlon Carvalho Cambraia, secretário de Monitoramento e Controle da Pesca e Aquicultura, é apadrinhado do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE). 

O ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), demitiu Antonio Barbosa, que ocupava o cargo de superintendente estadual da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) no Rio Grande do Norte. Barbosa foi indicação do ex-ministro do Turismo, o também peemedebista Henrique Eduardo Alves. A portaria de exoneração de Barbosa já foi publicada no Diário Oficial da União.

A presidente Dilma Rousseff (PT) exonerou Roberto Derziê de Sant'anna do cargo de vice-presidente da Caixa Econômica Federal. Derziê também é ligado ao vice-presidente e empregado do banco há mais de 30 anos. Ele havia retornado à Caixa, para a Vice-Presidência de Riscos, em outubro do ano passado, quando deixou a função de secretário executivo de Temer, que à época atuava na articulação política do governo.

A edição desta sexta do Diário Oficial também traz a exoneração de Paulo Ricardo de Matos Ferreira do cargo de diretor da Casa da Moeda do Brasil, vinculada ao Ministério da Fazenda. Para o lugar dele foi nomeado Jehovah de Araujo Silva Junior.

Responsável por indicar o atual presidente da Casa da Moeda, Maurício Visconti Luz, o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) disse ter "endossado" a troca realizada na diretoria da instituição e negou que a substituição faça parte do "varejão" que o governo está promovendo para tentar barrar o impeachment da presidente.

"Indiquei o presidente, e ele que está fazendo mudança dos diretores. Tem diretor lá com cinco anos, com oito anos, e a Casa não está apresentando o resultado que o novo presidente, Maurício, quer", afirmou o deputado. Luz está no comando da Casa da Moeda há quatro meses e, segundo Marquezelli, está promovendo trocas em diretorias para que a instituição "produza".

Na quinta-feira (31), outro indicado pelo ex-ministro do Turismo, o diretor-geral do Dnocs (Departamento Nacional de Obras contra a Seca), Walter Gomes de Sousa, havia sido demitido. Esta semana, Dilma exonerou também o diretor da Companhia Nacional de Abastecimento Rogério Luiz Zeraik Abdalla, indicado pelo PMDB. Antonio Henrique de Carvalho Pires foi exonerado da presidência da Funasa. Pires foi indicado ao cargo pelo vice Michel Temer, que só ficou sabendo da demissão do apadrinhado pela publicação no Diário Oficial. (Com Estadão Conteúdo)