Topo

Aécio diz que foi "profeta da crise" em evento pelo impeachment de Dilma

Ao lado de Paulinho da Força, Aécio Neves participa de ato com sindicalistas pelo impeachment - Miguel Schincariol/AFP - Miguel Schincariol/AFP
Ao lado de Paulinho da Força, Aécio Neves participa de ato com sindicalistas pelo impeachment
Imagem: Miguel Schincariol/AFP

Roberto Oliveira

Do UOL, em São Paulo

08/04/2016 17h08

O presidente nacional do PSDB e senador Aécio Neves afirmou nesta sexta-feira (8), em ato de sindicalistas pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, no centro de São Paulo, que foi o "profeta" da crise econômica e política pela qual passa o Brasil.

"Eu não gostaria de ser o profeta que fui. Em me lembro a gente em porta de fábrica dizendo que a Dilma não tinha mais condições morais de governar o Brasil. Batemos na trave, chegamos perto", disse Aécio ao relembrar a última eleição a presidente.
 
"Eu não estou falando de um processo eventual de impeachment. Lá em 2014 nós já denunciávamos o que estava acontecendo, mas as pessoas ainda não percebiam com muita clareza. Eu dizia que o Brasil ia entrar em uma rota de crescimento negativo, ia começar a desempregar em massa, que a inflação estava saindo de controle. Eu já dizia que estavam assaltando a Petrobras", resgatou o senador.
 
Aécio também disse que o país "não está divido ao meio" e que a história vai cobrar dos deputados brasileiros sobre o posicionamento deles em relação ao processo de impeachment. "Hoje, o Brasil não está, como eles gostam de dizer, dividido ao meio. Balela. 70, 80% do Brasil, pelo menos, estão do lado da mudança." 
 
"A história é implacável, vai escrever de forma definitiva o nome de cada parlamentar a partir do voto que dará no plenário da Câmara", concluiu Aécio, encerrando sua fala no Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintracon-SP), ao que centenas de sindicalistas reagiam com gritos de "fora Dilma e fora PT".
 
Em sua rápida passagem por São Paulo nesta sexta, Aécio participou de reunião com lideranças do PSDB, como o governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente FHC, no qual traçaram a estratégia do partido a três dias da votação do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) sobre o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
 
"A política do PSDB será uníssona, clara e dura em favor da virada dessa página triste da história do Brasil que o PT ajudou a escrever", defendeu o senador antes de retornar a Brasília, onde lidera o bloco da oposição pela derrubada de Dilma.
 
 

"Presidente Temer"

Além de Aécio Neves, estiveram presentes no evento com os sindicalistas Aloysio Nunes, senador de São Paulo pelo PSDB, Roberto Freire, deputado federal e presidente do PPS, e Paulinho da Força, deputado federal e presente do Solidariedade, que aproveitou a oportunidade para anunciar um documento da Força Sindical que será entregue ao vice-presidente Michel Temer.
 
"Nós estamos preparando um documento que vamos levar ao presidente Temer, pedindo a mudança da política econômica, a manutenção das conquistas sociais e da política do salário mínimo. Esperamos que o Temer possa fazer um governo de unidade nacional, que possa juntar os partidos para se livrar da Dilma e do PT", afirmou Paulinho, referindo-se a Temer como presidente da República.
 
O ato dos sindicalistas pelo impeachment da presidente Dilma reuniu cerca de 1000 pessoas, segundo assessoria do deputado estadual pelo PSDB e presidente do Sintracon-SP, Ramalho da Construção. Entre os presentes na manifestação, estavam sindicatos filiados à Força Sindical, representantes da UGT e membros do Movimento Brasil Livre.