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Ao menos 3 ministros devem deixar cargos para votar no impeachment na Câmara

Da esq. para a dir: Patrus, Pansera e Castro devem deixar ministérios para ajudar governo na votação do impeachment - Arte/UOL
Da esq. para a dir: Patrus, Pansera e Castro devem deixar ministérios para ajudar governo na votação do impeachment Imagem: Arte/UOL

Leandro Prazeres

Do UOL, em Brasília

08/04/2016 17h29

Três dos cinco ministros do governo com mandato de deputado federal deverão deixar seus cargos temporariamente para votar contra o processo de impeachment que tramita contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Nesta sexta-feira (8), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias (PT), confirmou a intenção de deixar o ministério para ajudar o governo na votação em plenário do pedido de impeachment na Câmara, prevista para o dia 17.

Além de Patrus, outros dois ministros do governo Dilma já manifestaram seu desejo de voltar à Câmara para votar na sessão do impeachment: o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB-PI), e o ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ). Os dois já haviam dito que voltariam à Câmara para votar contra o impeachment há pouco mais de duas semanas.

Segundo a assessoria de imprensa de Patrus, ele deverá se licenciar do cargo de ministro para assumir, temporariamente, seu mandato de deputado federal pelo PT de Minas Gerais. Patrus foi eleito em 2014 com 147.175 votos. Em janeiro de 2015, ele tomou posse como ministro do Desenvolvimento Agrário. Em seu lugar assumiu Silas Brasileiro (PMDB-MG).

Brasileiro é apontado por movimentos sociais favoráveis ao impeachment da presidente Dilma como um integrante do grupo dos “indecisos” em relação ao afastamento dela. Ainda de acordo com a assessoria de Patrus, ainda não há uma confirmação sobre a data exata em que ele deixará o ministério.

Para o processo de impeachment ser aprovado na Câmara dos Deputados, é preciso que haja pelo menos 342 votos favoráveis. O governo enterra o processo se conseguir 172 votos contrários ou se a oposição não conseguir os 342 necessários.

Pesquisa divulgada pelo Datafolha nesta sexta-feira indica que pelo menos 308 deputados votariam favoráveis ao impeachment. Apesar de representar a maioria dos 513 parlamentares, o número ainda é inferior ao necessário para que o processo avance rumo ao Senado. 

Os dois outros deputados federais eleitos que ocupam um cargo na Esplanada dos Ministérios são o ministro das Comunicações, André Figueiredo (PDT-CE), e o ministro da Aviação Regional, Mauro Lopes (PMDB-MG).

Figueiredo disse ao UOL que não deverá se licenciar do cargo para votar no dia 17. Segundo ele, seu suplente, Ariosto Holanda (PDT-CE), está “alinhado” com as diretrizes do partido, que são no sentido de rejeitar o impeachment da presidente. “Não será necessária (a licença). Meu suplente está de acordo com a direção do partido e não será preciso que eu volte à Câmara”, afirmou o ministro.

Mauro Lopes, por sua vez, ainda não se manifestou publicamente sobre se irá deixar o ministério para votar a favor da presidente ou não.

O governo federal tem 32 ministérios ou secretarias com status de ministério.
 

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