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A política está insustentável, diz Marina Silva nos Estados Unidos

A ex-ministra Marina Silva - Pedro Ladeira/Folhapress
A ex-ministra Marina Silva Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em Brasília

09/04/2016 22h15

A ex-ministra e ex-candidata à presidência da República Marina Silva (Rede) afirmou neste sábado (9) que “a política está insustentável”. Ela participou na noite de hoje de um evento para estudantes universitários brasileiros em Chicago (EUA).

“Temos uma profunda crise da política. A política está insustentável. É insustentável imaginar que você vai ter aqueles que vão fazer as coisas para as pessoas. Temos de fazer com as pessoas”, afirmou.

Segundo Marina, a crise está fazendo surgir “um novo sujeito político, que não sabemos o que ele será”. Ela fez críticas aos modelos de Estado provedor e fiscalizador, defendendo o Estado mobilizador, “que seja capaz de mobilizar a iniciativa privada, a sociedade civil”.

A ex-ministra declarou apoio à Operação Lava Jato, que investiga um grande esquema de corrupção na Petrobras. “A Justiça está fazendo a sua parte para passar o Brasil a limpo."

'Coisa perigosa'

Ela afirmou ainda que “partido virou algo perigoso” e que “não existe árvore saudável em ecossistema doente” ao criticar os partidos brasileiros. “Espero que essa crise nos ajude para que os partidos possam se reformular, sair da lógica do poder pelo poder.”

A ex-ministra não poupou os partidos que até há pouco dividiam a condução do governo federal. “O PT e o PMDB são face da mesma moeda. A finalidade e a contratação de uma nova eleição é para os 200 milhões de brasileiros poderem se colocar e os partidos se reestruturarem. Se alguém quiser ir no caminho populista, dizer que vai resolver a crise e se tiver alguém que acredite, paciência. Eu espero que tenha a possibilidade do debate e que que posam apresentar programas”.

Para ela,  a solução precisa ser institucional e pode passar pela Justiça Eleitoral. "Nesse momento especifico o melhor caminho é o do TSE [Tribunal Superior eleitoral], caso fique comprovado que o dinheiro do petrolão foi usado para fraudar as eleições. [Se for] deve ser caçada a chapa Dilma-Temer. O PT e o PMDB estão juntos, iniciaram juntos as coordenações da Petrobras, segundo as delações.”

Mais cedo, o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy falou durante o congresso sobre a crise econômica vivida pelo país. Questionado sobre o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, ele não comentou sobre o assunto.

Na noite de sexta-feira (8), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo julgamento em primeira instância dos processos da Operação Lava Jato, declarou durante o evento que as investigações provocam "inegavelmente instabilidade política", mas que a corrupção no Brasil deve ser enfrentada e não escondida debaixo do tapete. 

Corrida eleitoral

Na mais recente pesquisa sobre intenção de voto realizada pelo Datafolha, Marina Silva aparece na liderança da corrida presidencial de 2018 em empate técnico com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o levantamento divulgado hoje, em três dos quatro cenários eleitorais pesquisados, Lula e Marina estão empatados dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Em apenas um, o ex-presidente lidera.