Derrota na Câmara traria perda de governabilidade, diz ministro do PDT
O ministro das Comunicações, André Figueiredo (PDT), disse, em entrevista ao UOL, que, se o governo não barrar o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) na votação da Câmara dos Deputados, o país entraria em uma situação de quase “completa ingovernabilidade”. Figueiredo diz que o governo está centrando seus esforços para evitar que o processo seja decidido pelo Senado.
Dilma é alvo de um processo de impeachment que tramita na Câmara. Se for aprovado por, no mínimo, 342 deputados, o processo é encaminhado para o Senado. Somente após uma eventual aprovação no Senado é que a presidente será afastada temporariamente de suas funções.
Tecnicamente, Dilma continua no poder mesmo que a Câmara aprove o processo de impeachment, mas Figueiredo diz acreditar que uma derrota na Câmara aumentaria a temperatura da crise política. “Uma eventual derrota na Câmara significaria, praticamente, a completa ingovernabilidade mesmo que o Senado possa derrubar o impeachment. Essa questão tem que ser tratada na Câmara”, afirmou o ministro.
Figueiredo argumenta que se o governo não tiver os votos necessários para barrar o impeachment, a situação do governo no Legislativo será afetada. “Se o governo não conseguir um quantitativo de parlamentares que não compactuem com o impeachment, realmente fica difícil a governabilidade”, afirmou o ministro.
O ministro é uma das principais lideranças do PDT, partido que já declarou apoio à presidente Dilma. Em janeiro, o diretório nacional da legenda declarou ser contra impeachment. Apesar das previsões, Figueiredo diz estar confiante em uma possível vitória do governo.
“Vai ser possível, sim. Estamos nos mobilizando com diversos setores da sociedade, com a comunidade acadêmica, com movimentos sociais, parte do empresariado, gente que está no campo democrático”, afirmou o ministro.
Figueiredo afirmou que praticamente toda a bancada do PDT na Câmara está mobilizada para votar contra o impeachment. O PDT conta com 20 deputados. “Já conversamos com nossa bancada e temos o apoio quase unânime contra o impeachment. Talvez, uns dois deputados não sigam nossa orientação, mas estamos conversando”, disse.
O ministro afirmou que não deverá se licenciar do cargo de ministro para votar contra o impeachment na Câmara. Ele é deputado federal eleito pelo Ceará. Segundo o ministro, seu suplente, Ariosto Holanda (PDT-CE), deverá seguir as orientações do partido e votar contra o afastamento da presidente.
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