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Nome "Vitória de Pirro" remete à vitória "inútil", diz Lava Jato

Gim Argello foi preso na 28 fase da Lava Jato - Pedro Ladeira-8.abr.2014/Folhapress
Gim Argello foi preso na 28 fase da Lava Jato Imagem: Pedro Ladeira-8.abr.2014/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

12/04/2016 10h33

A 28ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Vitória de Pirro, faz alusão à expressão que indica uma vitória obtida a custo alto, com grandes prejuízos. O nome remete ao rei Pirro do Épiro, que perdeu grande parte de seu exército após derrotar os romanos na Guerra Pírica (280 a.C.-275 a.C.). 

Em uma de suas crônicas, o filósofo grego Plutarco faz referência a um relato de Pirro que, diante da alegria de um colega por uma vitória, teria dito: "uma outra vitória como esta me arruinaria completamente".

Segundo a Polícia Federal, os investigados na atual etapa estão envolvidos com o pagamento de propina para evitar a convocação de empreiteiros na CPI da Petrobras no Senado e na CPI Mista da estatal no Congresso, instauradas em 2014. 

Em sua delação premiada, o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) afirmou que o ex-senador do Distrito Federal Gim Argelo (PTB) era um dos que cobrava propina de empreiteiras para não convocar executivos para as CPI's. Gim Argello era vice-presidente da comissão no Congresso. Ele nega as acusações.

Segundo Delcídio, alguns membros da CPI obrigavam, por exemplo, o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, a jantar em Brasília toda segunda-feira para conversar com parlamentares, momento em que seria cobrado o "pedágio". 

Para a PF, a ação de parlamentares na época foi "inútil" frente aos posteriores resultados das investigações da Lava Jato, que levou à prisão e condenou empreiteiros envolvidos em desvios de dinheiro da empresa. Daí a referência à "Vitória de Pirro".