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Kim Kataguiri, líder do MBL, diz que crachá de acesso à Câmara não é falso

Kim Kataguiri mostra crachá reservado a autoridades na Câmara dos Deputados - Isabel Fleck/Folha de S.Paulo
Kim Kataguiri mostra crachá reservado a autoridades na Câmara dos Deputados Imagem: Isabel Fleck/Folha de S.Paulo

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo

16/04/2016 19h00

O ativista Kim Kataguiri, coordenador nacional do MBL (Movimento Brasil Livre), entrou em contato com a reportagem do UOL na tarde deste sábado (16) para rebater reportagem produzida pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e reproduzida pelo portal, que afirma que ele e outros dois líderes do grupo estavam circulando na Câmara na madrugada de sexta-feira para sábado portando crachás irregulares.

Segundo a reportagem do jornal, um dos membros do MBL, Renan Santos, foi flagrado circulando pela Câmara com um crachá pertencente a um servidor.

De acordo com Kim Kataguiri, porém, seus documentos de acesso são legítimos e eles têm direito de estar no prédio do Congresso Nacional, que neste fim de semana opera com um sistema restrito de acesso.

Já na tarde deste sábado, Kim e seus colegas de movimento voltaram a entrar na Câmara, e foram interpelados por deputados do PT, que denunciaram à Polícia Legislativa a presença dos membros do MBL, que supostamente seria irregular.

"Recebemos nossos crachás da mesa diretora da Câmara, que foi até a sala da Polícia Legislativa e atestou a validade dos documentos. Então queremos corrigir a informação de que entramos aqui ilegitimamente", disse Kim.

A reportagem perguntou ao coordenador do MBL qual era o tipo de credencial que eles haviam recebido, já que, neste final de semana, só podem entrar na instituição servidores, parlamentares e funcionários da imprensa que possuem credenciais especiais.

Cada uma das 25 lideranças partidárias recebeu somente três crachás para distribuir entre os funcionários. Kim afirmou que "é um crachá escrito 'acesso ao Salão Verde', ele foi regulamentado nos últimos dias pela Mesa Diretora da Câmara, que nos forneceu".

O deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) denunciou na tarde deste sábado, no plenário, entradas irregulares na Câmara. "Nem todos os servidores, mesmo os de carreira, ganharam os dois crachás necessários para entrar nesta Casa. No entanto, foi dada uma ordem pelo Departamento de Polícia Legislativa [Depol] para que liberem crachás para militantes, que estão aqui para constranger a democracia e vilipendiar o direito de quem é contrário ao impeachment", declarou.

Rômulo Mesquita, diretor-geral da Câmara, disse que a entrada de qualquer um que não seja servidor, funcionário ou parlamentar não é permitida e que vai pedir para averiguar o que ocorreu no caso de Renan, Rubens e Kim. Seguranças da Casa reclamam que alguns parlamentares estão "forçando" o acesso de pessoas sem credenciais.