Deputados obedeceram a partidos na votação do impeachment? Veja "traições"
Ao longo da semana, governo e oposição traçaram projeções para a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados; no sábado (16), a base governista chegou a mostrar otimismo e falou em reação. O resultado, entretanto –aprovação com 367 votos– se aproximou das previsões mais otimistas dos favoráveis ao afastamento.
Vários deputados não seguiram a orientação dos seus partidos; outros voltaram atrás em acordos ou intenções. As pequenas oscilações foram responsáveis por um resultado mais desfavorável ao governo do que o esperado.
No PMDB, maior bancada da Câmara, foram 59 votos a favor, sete contra e uma abstenção. Após deixar o governo, o partido anunciou até punição aos que não deixassem seus cargos e seguissem orientação de votar a favor do afastamento da presidente. Deu resultado.
Confira o placar completo da votação do impeachment
Os sete votos ficaram abaixo das expectativas do governo. Além disso, um dos três ministros que foram exonerados para votar contra o impeachment –Mauro Lopes (Aviação Civil), de Minas Gerais-- acabou anunciando voto a favor. A lealdade partidária foi a justificativa.
O PP, outro partido da base aliada que deixou o governo, também orientou seus membros pelo impeachment, mas sem a mesma contundência. O resultado foi um pouco menos extremo: 38 votos pelo sim, mas nove pelo não e três abstenções.
Já no PDT, uma situação oposta aconteceu: o partido prometeu orientação contrária o impeachment e até anunciou candidatura presidencial de Ciro Gomes em 2018. Na hora da votação, entretanto, seis deputados votaram a favor do impedimento de Dilma: 32% da bancada.
O PR também teve um papel importante: o partido foi para a votação sem uma orientação definitiva –é a quinta maior bancada da Câmara. O líder no plenário, Aelton Freitas (MG), discursou contra o impeachment. A tendência, entretanto, não foi seguida.
Foram 26 votos pelo impeachment, dez contra, três abstenções e uma ausência. Dentre os 26, estavam alguns deputados indecisos e que ainda não tinham anunciado o voto –caso de Tiririca (SP).
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