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Dilma culpa crise econômica e diz que Brasil tem 'veio golpista adormecido'

Se crise levasse a impeachment, nenhum presidente ficava no cargo

UOL Notícias

Do UOL, em São Paulo

19/04/2016 11h29Atualizada em 19/04/2016 12h38

A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (19) que a crise econômica não deve servir de motivo para o impeachment de um presidente e que o Brasil tem um histórico de golpes.

"O Brasil tem um veio golpista adormecido. Se nós acompanharmos a trajetória dos presidentes no meu país, no regime presidencialista a partir de Getúlio Vargas, nós vamos ver que o impeachment, sistematicamente, se tornou um instrumento contras os presidentes eleitos", afirmou Dilma em entrevista coletiva com jornalistas estrangeiros.

A presidente culpou o cenário internacional pela crise economia brasileira.

"Por conta da crise econômica que afetou o Brasil, que muitos atribuem a mim a única responsabilidade, [me veem] como se eu fosse responsável pelo fim das commodities, como se eu fosse responsável pela bruta crise que afetou os países desenvolvidos, como se no resto do mundo essas dificuldades não tenham sido enfrentadas até em escala muito maior", disse.

Dilma também rebateu o número de desempregados no país. "Nós não temos uma perda de 10 milhões de empregos. Nós temos, infelizmente, uma perda de empregos, mas ela não tem esse montante, não monta a mais de 2,6 milhões de cargos, o que é uma lástima, o que é terrível."

"Se a argumentação de crise econômica fosse argumento para tirar presidentes da República, não teria um único presidente da República nos países desenvolvidos que sobrevivesse à profunda crise econômica com desemprego", afirmou Dilma.

A presidente também culpou a oposição pela crise econômica e política ao não aceitar uma derrota "por uma margem estreita, de 3 milhões e poucos de votos".

"Primeiro pediram recontagem dos votos, depois entraram no TSE para impedir que eu tomasse posse, na sequencia seguiram as pautas bombas", declarou.