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"Minha", "meus", "família"...: a lista das palavras mais citadas na sessão do impeachment

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

20/04/2016 06h00

As palavras "Brasil", "povo" e "família" estão entre as 15 mais mencionadas nos votos dos deputados federais durante a sessão do impeachment, no domingo (17), na Câmara. "Brasil" foi citada 314 vezes entre as justificativas para o voto, enquanto "povo" foi dita 235 vezes. Já "família" foi mencionada 114 vezes. A análise dos discursos foi feita pelo UOL tanto entre os parlamentares favoráveis ao governo quanto entre os da oposição.

As palavras campeãs de aparição foram as de definição dos votos: "sim" (403 vezes) e "não" (382 vezes). A relação tem ainda verbetes como "país" (150 vezes), "impeachment" (132 vezes) e "respeito" (106 vezes). Confira a lista abaixo:

  • Sim - 403 vezes
  • Não - 382 vezes
  • Brasil - 314 vezes
  • Minha - 312 vezes
  • Povo - 235 vezes
  • Estado - 157 vezes
  • País - 150 vezes
  • Contra - 149 vezes
  • Impeachment - 132 vezes
  • Nome - 131 vezes
  • Família - 114 vezes
  • Meus - 111 vezes
  • Respeito - 106 vezes
  • Brasileiro - 104 vezes
  • Democracia - 104 vezes

Filhos são mais lembrados

Entre familiares lembrados pelos deputados na hora do voto, os filhos e as filhas foram mais recorrentes: 66 vezes. Há ainda outras ocorrências para "filho" e/ou "filhos", mas que têm a ver com expressões como "filho da pátria" ou "filhos do solo", por exemplo.

Durante a votação, Marcelo Álvaro Antônio (PR-MG) quebrou o protocolo. Depois de ter votado, voltou ao microfone para dizer que havia esquecido de citar o filho.

"(...) só para corrigir aqui uma situação. Eu quero mandar um abraço. Eu não mencionei o meu filho, Paulo Henrique", disse ele. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tentou repreendê-lo. "Deputado, isso não é possível", disse. Porém, antes que um colega chegasse ao microfone, Antônio conseguiu a proeza. "Paulo Henrique, é para você, meu filho. Um beijo!"

Em cena inusitada, Eduardo da Fonte (PP-PE) tentou colocar o filho, Luiz Eduardo, para anunciar o voto em seu lugar. "Eu vou passar a palavra ao meu filho, para que ele possa dizer ao Brasil o meu voto". A atitude foi repreendida por Cunha: "Não é possível, deputado. Deputado, não é possível. Conclua o seu voto, deputado. Deputado, conclua o seu voto". Ante a repreensão do presidente da Casa, Fonte acabou desistindo.

Netos e netas, por sua vez, foram mencionados por 26 parlamentares, número igual ao de deputados que mencionaram "mulher" ou "esposa". Já 22 homenagearam seus respectivos pais. Mães foram lembradas por 12 deputados.

"Deus"

Os discursos dos votantes mostram que a palavra "Deus" foi dita 56 vezes, principalmente entre os que decidiram em favor do processo de impeachment. Somente na fala do deputado Cabo Daciolo (PTdoB-RJ), "Deus" foi mencionado quatro vezes. "Feliz a nação cujo Deus é o senhor", afirmou ele, após ter sido sim ao impeachment.

Por outro lado, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) comentou: "(...) quero deixar registrado que, nunca em minha vida, em um espaço tão curto, eu ouvi tantas vezes o nome de Deus ser usado em vão, como se fosse um panfleto."