Olimpíada saberá conviver com dificuldades políticas, diz Dilma
Alvo de um processo de impeachment no Congresso, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (3) que a crise política não vai atrapalhar o sucesso da Olimpíada do Rio.
Em discurso no qual classificou o momento como "verdadeiramente crítico", a presidente afirmou que o país "saberá conviver" com a turbulência política e deverá realizar "a melhor Olimpíada do mundo".
"Sabemos as dificuldades políticas que existem em nosso país hoje. Conhecemos a instabilidade política. O Brasil será capaz de mesmo convivendo com um período difícil, muito difícil, verdadeiramente crítico da nossa história e da história da democracia do nosso país. Saberá conviver porque criamos todas as condições para isso, com a melhor recepção de todos os atletas e de todas os visitantes estrangeiros”, disse Dilma em cerimônia de acendimento da tocha olímpica no Palácio do Planalto.
A cerimônia foi realizada a pouco mais de uma semana de o Senado votar o provável afastamento da presidente e determinar a abertura de processo de impeachment contra ela.
Caso o Senado confirme o afastamento de Dilma, ela dificilmente será a presidente em exercício durante os Jogos Olímpicos, que serão realizados de 5 a 21 de agosto.
Em entrevista recente à emissora norte-americana CNN, Dilma afirmou que ficaria "muito triste" se for afastada antes do começo dos Jogos.
"Tenho certeza que o país cujo povo sabe lutar pelos seus direitos e que preza e sabe proteger sua democracia é um país onde as Olimpíadas terão maior sucesso nos próximos meses. Todos nós podemos ter orgulho de estarmos oferecendo a melhor Olimpíada do mundo”, disse Dilma.
Após encerrar sua fala, parte da plateia presente ao evento começou um coro de “Dilma, guerreira, do povo brasileiro”.
A presidente também citou o nadador olímpico Thiago Pereira, que discursou antes dela, para dizer que "o que vale é a luta".
"Nós sabemos que o que vale, como disse Thiago [Pereira], o que vale é a luta, e nós sabemos lutar. Somos todos olímpicos, somos todos Brasil”, disse Dilma, ao encerrar seu discurso.
Pereira havia afirmado, fazendo referência ao espírito olímpico, que "a coisa mais importante não e vencer, é participar. Assim como a coisa mais importante na vida não é o triunfo, mas a luta. O essencial não é ter vencido, mas ter lutado bem", disse o atleta.
Brasília é a primeira cidade brasileira a receber a chama olímpica. O avião que transportou a chama da Suíça para o Brasil chegou ao aeroporto de Brasília horas antes do evento no Planalto. O fogo, aceso na Grécia em 21 de abril, foi mantido em lanternas (tipo de lampião) durante a viagem.
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