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Senado faz pausa em sessão; na tribuna, discursos foram todos pró-impeachment

A senadora Ana Amélia (PP-RS) foi a primeira a ocupar a tribuna - Eduardo Anizelli/Folhapress
A senadora Ana Amélia (PP-RS) foi a primeira a ocupar a tribuna Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

11/05/2016 12h40Atualizada em 11/05/2016 13h41

Na primeira parte dos discursos dos senadores na sessão que decide se aceita ou não a abertura do julgamento do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), os governistas só tiveram derrotas. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou todos os recursos da base de Dilma para adiar a votação. Os senadores governistas ganharam tempo, conseguindo atrasar em uma hora o início dos discursos.

Quando a senadora Ana Amélia (PP-RS) subiu à tribuna, às 11h18, os dissabores continuaram, com falas apenas de senadores da oposição.

Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, interrompeu a sessão por uma hora.

Ana Amélia falou dos supostos crimes de responsabilidade cometidos por Dilma, as chamadas pedaladas fiscais, e seus impactos na vida dos brasileiros. Ela citou especificamente o desemprego hoje vigente no Brasil, que soma 11 milhões de brasileiros no primeiro trimestre do ano, segundo o IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Também discursaram e já manifestaram seu voto pelo impeachment os senadores José Medeiros (PSD-MT), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Marta Suplicy (PMDB-SP) e Ataídes Oliveira (PSDB-TO).

Marta afirmou que o governo Dilma "comprometeu irresponsavelmente as finanças públicas" e que parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) mostrou que "há indícios mais do que suficientes que permitem o juízo jurídico". "Aqui, cabe também fazer o juízo político", completou.

Por sua vez, Ataídes Oliveira, o último a falar pela manhã, aproveitou para mandar um recado a Michel Temer (PMDB), que assume o cargo de presidente da República no caso de a maioria dos senadores (41 votos) votar nesta quarta a favor da denúncia: "Não decepcione o povo brasileiro".

Em seus discursos na tribuna, todos os senadores se concentraram em questões técnicas ou políticas para justificar sua posição e encaminhar seu voto. Não houve manifestações pessoais. São 68 senadores inscritos para falar na sessão. Portanto, ainda faltam 63. A sessão pode entrar pela madrugada de quinta-feira (12).

A votação sobre a admissibilidade do impeachment acontecerá apenas depois de todas as manifestações dos senadores e incluirá também a defesa de Dilma, a cargo do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. A AGU também teve negado pelo ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), o recurso que tentava anular o pedido de impeachment por ter sido "viciado" a partir da abertura pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acabou afastado de seu mandato no início do mês pelo próprio Supremo.

A sessão será retomada às 13h30.