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Brasil pede que El Salvador "reconsidere" posição contra governo Temer

O presidente interino Michel Temer (dir.) com o novo ministro das Relações Exteriores, José Serra  - AFP
O presidente interino Michel Temer (dir.) com o novo ministro das Relações Exteriores, José Serra Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

16/05/2016 16h58

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, comandado agora por José Serra (PSDB), divulgou nesta segunda-feira (16) nota em que pede que o governo de El Salvador "reconsidere sua posição" contrária ao governo do presidente interino Michel Temer (PMDB).

No sábado (14), o presidente de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén, anunciou que não reconhecerá o governo Temer por considerar que o afastamento de Dilma Rousseff (PT) é uma "manipulação política"

Cerén, ex-guerrilheiro integrante da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional, que após o fim da guerra civil se converteu no maior partido de esquerda de El Salvador, também afirmou que convocará para consultas sua embaixadora em Brasília. O presidente salvadorenho a proibiu de ir a cerimônias do presidente interino brasileiro.

O presidente de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén: repúdio ao afastamento de Dilma - Jorge Cabrera/Reuters - Jorge Cabrera/Reuters
O presidente de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén: repúdio ao afastamento de Dilma
Imagem: Jorge Cabrera/Reuters
 Na nota divulgada nesta segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores afirma que as críticas do governo de El Salvador ao processo político brasileiro e a decisão de suspender contatos oficiais com o Brasil "revelam amplo e profundo desconhecimento sobre a Constituição e a legislação brasileiras, sobre o rito aplicável em processos de impedimento e sobre o pleno funcionamento das normas e instituições democráticas no país".

"Causam especial estranheza tantos equívocos", escreve a diplomacia brasileira, "uma vez que El Salvador mantém intensas relações econômicas com o Brasil e é o maior beneficiário de cooperação técnica brasileira em toda a América Central".

A nota se encerra dizendo que "o governo brasileiro espera que o governo de El Salvador reconsidere sua posição, com base em avaliação objetiva e factual da realidade, e em respeito às instituições brasileiras e aos princípios que têm regido as relações entre os dois países".

O afastamento de Dilma Rousseff da Presidência, no processo que analisa o impeachment dela sob a acusação de ter cometido crime de responsabilidade, já foi condenado também pela Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua, Uruguai e Venezuela. A todos o governo brasileiro respondeu dizendo que se trata de um processo que respeita a Constituição e as instituições democráticas.

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