Topo

PT decide não apoiar candidatos a favor do impeachment nas eleições municipais

Pedro Ladeira/Folhapress
Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Ricardo Marchesan

Do UOL, em Brasília

17/05/2016 18h10

O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou que o partido não vai apoiar candidatos nas eleições municipais deste ano que tenham sido a favor do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A medida foi definida em reunião do partido em Brasília nesta terça-feira (17), em que estiveram presentes ex-ministros, deputados, senadores e outras lideranças.

Nem Dilma nem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceram. Segundo Rui Falcão, o ex-presidente justificou a ausência dizendo que estava cansado.

"O PT não apoiará candidatas ou candidatos que votaram pelo impeachment e ou que apoiaram publicamente o impeachment", afirmou Falcão.

O presidente do partido não negou a possibilidade de coligações com partidos que foram a favor do afastamento, como o PMDB. 

"A definição é de que nós vamos primeiro priorizar alianças com PCdoB e PDT. As outras nós vamos examinar caso a caso", afirmou. "Se alguém do PMDB quiser participar conosco numa chapa na eleição municipal, que não tenha apoiado o impeachment publicamente, e que adote programas que priorizem a área social, que faça orçamento participativo, que abra o debate, que tenha transparência, que não permita corrupção, não há nenhuma objeção."

O PT também votou na reunião uma resolução em que faz uma autocrítica.

"Nós preferimos apontar nossos erros e acertos, não estamos fazendo pedido de desculpas e não estamos funalizando avaliações. Erros e acertos nossos coletivos", disse o presidente do partido. "O documento aprovado tem pelo menos 13 pontos (...) em que nós fazemos uma avaliação crítica da nossa trajetória."

Em uma versão não definitiva, divulgada na manhã desta terça-feira, o documento diz que o governo Dilma cometeu "equívocos", como "relegar tarefas fundamentais como a reforma política, a reforma tributária progressiva e a democratização dos meios de comunicação".

A crítica é direcionada também ao sistema de alianças com partidos do centro, sem dar "a devida atenção" às siglas de esquerda.

O documento preliminar não cita o mensalão ou o esquema de corrupção na Petrobras, mas diz que foi "contaminado" pelo financiamento empresarial de campanha. "Terminamos envolvidos em práticas dos partidos políticos tradicionais, o que claramente afetou negativamente nossa imagem e abriu flancos para ataques de aparatos judiciais controlados pela direita", afirma no documento.