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Lula diz que é "cedo" para falar em 2018 e que tem idade para se aposentar

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do ato "Se é público, é para todos", na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro - Fábio Motta/Estadão Conteúdo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do ato 'Se é público, é para todos', na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

06/06/2016 22h03

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (6) que considera estar "cedo" para pensar na eleição presidencial de 2018, despistando se lançará ou não sua candidatura ao cargo que ocupou entre 2003 e 2010. Segundo ele, há muitas pessoas "boas" e "novas", referindo-se a possíveis quadros. Lula disse ainda que está em idade para "se aposentar".

Em março, após a condução coercitiva pela Polícia Federal, o ex-presidente falou em se candidatar.

"Eu queria dizer a vocês que é muito cedo para discutir 2018. Tem muita gente boa e muita gente nova. Eu já estou com uma idade de me aposentar", disse Lula em resposta ao público, que gritava "volta, volta, volta".
 
O líder petista participou do lançamento de uma campanha em favor das instituições públicas, na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. Em discurso, Lula criticou o governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), e lembrou de vários feitos e fatos que ocorreram em sua gestão. Em tom de mea culpa, o ex-presidente defendeu o retorno da presidente afastada, Dilma Rousseff, para que ela possa "corrigir os equívocos" cometidos nos últimos anos.

Lula entrou no palco da Fundição Progresso com cerca de meia hora de atraso. À chegada do ex-presidente foi festejada pelo público com gritos de "Fora, Temer!", uma espécie de mantra repetido a todo momento durante o evento.

Em um dado momento, a dupla de apresentadores exibiu para a plateia um pano de chão com a imagem do presidente interino, Michel Temer (PMDB).

E Lula aproveitou, para criticar o presidente interino, lembrando a suspensão do depósito para custeio de despesas do Palácio da Alvorada. "O Temer acaba de dar um golpe, não na Dilma. Ele deu um golpe na decisão que o Senado tomou. O Senado apenas o colocou como presidente interino. Ele não tinha o direito de fazer o que ele fez. Ele cortou até o almoço da Dilma. Amanhã nós vamos comer 'marmitex' (...). Mas eles não vão impedir que a gente ande por esse país fazendo as denúncias que temos que fazer".

O ato político-cultural "Se é público, é para todos" contou também com a presença de líderes sindicais, políticos e representantes de movimentos sociais. Segundo os organizadores, a ação tem por objetivo propor um debate sobre temas de natureza pública (saúde, educação, transporte, entre outros) e instituições estatais.

"Corrigir os equívocos"

O líder petista participou do lançamento de uma campanha em favor das instituições públicas, na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. Em discurso, Lula criticou o governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), e lembrou de vários feitos e fatos que ocorreram em sua gestão.
 
Em tom de mea culpa, o ex-presidente defendeu o retorno da presidente afastada, Dilma Rousseff, para que ela possa "corrigir os equívocos". "Não estou dizendo que a Dilma não cometeu equívocos. Ela cometeu. E nós queremos que ela volte. Exatamente para ela corrigir os erros que nós cometemos."
 
Lula lembrou ainda das manifestações em favor do impeachment e declarou que o quadro de ministros do governo Temer seria o "ministério do Eduardo Cunha". "Os coxinhas agora estão com vergonha. Eles estão com vergonha porque foram para a rua bater panela, e o que caiu da panela não foi um risoto. Foi o Temer. E eles sabem que o ministério que está montado é o ministério do Eduardo Cunha."
 
O ex-presidente chegou a mencionar a Operação Lava Jato, mas não entrou no mérito político e investigativo das ações coordenadas pela Polícia Federal. "Hoje, quando eu vejo toda essa história da Lava Jato, quando eu vejo as condições de humilhação a que os petroleiros são submetidos... A vergonha que muitas vezes o petroleiro tem de usar essa camisa amarela ou cor de abóbora", afirmou ele, em referência à crise na Petrobras.