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Serra diz que Doria ainda não é candidato do PSDB em SP

O ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), participa do programa "Roda Viva", da TV Cultura - Divulgação/TV Cultura
O ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), participa do programa "Roda Viva", da TV Cultura Imagem: Divulgação/TV Cultura

Do UOL, em São Paulo

07/06/2016 00h31

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, um dos principais líderes nacionais do PSDB, afirmou nesta segunda-feira (6), no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, que João Doria Jr. ainda não é o candidato tucano à Prefeitura de São Paulo. “Há contestação dentro do próprio partido”, lembrou.

Após a desistência de Andrea Matarazzo de disputar a indicação do PSDB para as eleições municipais de outubro, Doria se tornou o único pré-candidato a prefeito.

No processo das prévias, Matarazzo acusou manobra em favor de Doria comandada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou a saída dele do PSDB e seu ingresso no PSD, pelo qual será candidato a prefeito de São Paulo.

Andrea Matarazzo e José Serra são aliados e amigos de longa data. Nos bastidores da escolha do candidato a prefeito pelo PSDB está, portanto, uma disputa entre Serra e Alckmin.

No “Roda Viva”, questionado sobre quem vai apoiar na eleição para prefeito da capital paulista, Serra respondeu: “[Matarazzo] É meu amigo, mas não vou fazer campanha para candidato de outro partido”.

Governo Temer

Serra também falou sobre sua atuação no governo interino de Michel Temer (PMDB), dizendo estar restrita à área da diplomacia e negando influência sobre a área econômica, comandada pelo ministro Henrique Meirelles: “Não estou metendo o bico”.

O ministro voltou a negar que o impeachment de Dilma Rousseff (PT) seja um golpe, como insiste em dizer a presidente afastada. “Não houve golpe no Brasil. Eu tenho dois nas costas, eu sei o que é golpe”. Sobre a um possível retorno de Dilma, o ministro afirmou que a ideia “seria um pesadelo completo”.

O ministro também minimizou os problemas das primeiras semanas do governo Temer, pressionado por denúncias de corrupção contra ministros. Para ele, ser citado em delações não configura culpa. Também se posicionou contra proposta de convocar eleições gerais para presidente. “Eleição direta agora? Sem preparo, sem legislação, o melhor é fazer que o governo

Temer saia minimamente bem por causa do Brasil”, opinou.

Para o ministro, no caso de o governo Temer não se sair bem, será “ruim para o país e naturalmente para aqueles que promoveram a mudança”.

José Serra assumiu o cargo de ministro das Relações Exteriores no dia 18 de maio último e anunciou mudança de estratégia da política externa brasileira

Trajetória

José Serra é natural de São Paulo, onde nasceu a 19 de março de 1942. Ingressou na política cedo e foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) nos anos de 1960. Perseguido pela ditadura militar instalada em 1964 no Brasil, exilou-se no Chile.

Serra foi governador de São Paulo (2007-2010), prefeito de São Paulo (2005-2006) e é senador. Candidato à Presidência da República pelo PSDB em 2002, foi derrotado por Lula no segundo turno.

Mas nunca escondeu sua intenção de voltar a ser candidato à Presidência, e 2018 talvez seja a última chance.