Polêmicas, recuos e protestos: o 1º mês do governo Temer em fotos
Do UOL, em São Paulo
12/06/2016 06h00
O governo do presidente interino, Michel Temer, completa seu primeiro mês repleto de polêmicas, recuos e protestos. Em apenas 30 dias couberam a saída de dois ministros, o fim e a recriação do Ministério da Cultura, as críticas a um gabinete só de homens brancos e manifestações quase diárias pelo Brasil lideradas por movimentos sociais e centrais sindicais, muitos deles próximos do governo da presidente afastada, Dilma Rousseff.
Temer assumiu a Presidência interina no dia 12 de maio e, no mesmo dia, deu posse a seu gabinete. Na foto da cerimônia, uma paisagem homogênea: homens brancos, entre eles raposas com décadas na política, como Romero Jucá, Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha, todos do PMDB.
O gabinete foi fonte constante de problemas nos primeiros 30 dias de Temer. Investigado na Lava Jato e nomeado para o Planejamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) deu dor de cabeça ao governo interino depois da revelação de gravações em que conversava, antes do afastamento de Dilma, com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (também investigado na Lava Jato) sobre um "pacto" para mudar o governo e "estancar a sangria" provocada pela revelação do esquema de corrupção na Petrobras.
Em outra gravação de Machado, o então ministro da Transparência, Fiscalização e Controle (antiga CGU, a Controladoria-Geral da União), Fabiano Silveira, apareceu orientando o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente da Transpetro sobre "providências e ações" contra a Lava Jato.
Além das nomeações contestadas, Temer foi atacado por extinguir e fundir ministérios, principalmente na área social. A gritaria maior aconteceu no caso do Ministério da Cultura, que virou parte da pasta da Educação. A resposta foi imediata: artistas e integrantes de movimentos sociais ocuparam prédios públicos da Cultura em todo o país. No Rio, pesos-pesados da MPB, como Caetano Veloso, Erasmo Carlos e Arnaldo Antunes, apoiaram o protesto com shows na ocupação.
Os protestos não se restringiram à extinção do MinC. As propostas para mudar as regras da aposentadoria e mudanças no Minha Casa, Minha Vida levaram a manifestações inclusive na porta da casa de Temer. No bairro paulistano de Alto de Pinheiros, onde a família presidencial vive, vários muros foram pichados com a frase "Fora, Temer".
A ocupação acabou um dia depois, com o anúncio de que o governo voltaria atrás nos cortes no Minha Casa, Minha Vida. E voltar atrás foi tão frequente neste primeiro mês de Temer quanto as polêmicas envolvendo o governo. Jucá tentou dourar a pílula e disse que tiraria uma "licença", mas foi exonerado após 12 dias no cargo. Silveira pediu para sair. O MinC foi recriado. E, numa tentativa diversificar a paisagem de homens brancos no alto escalão, Maria Silvia Bastos Marques foi nomeada presidente do BNDES.
Até o logotipo do governo foi centro de polêmica. A primeira versão foi inspirada em uma versão antiga da bandeira nacional, com cinco estrelas a menos.
A reforma da Previdência ainda não chegou ao Congresso, mas o Legislativo mostrou neste primeiro mês que vive uma lua de mel com o Executivo ao aprovar uma meta fiscal com deficit de R$ 170,5 milhões.
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