Em defesa no impeachment, Dilma critica uso "ideológico" de delação premiada
Dilma fez uma crítica nesta segunda-feira (29) à suposta utilização de mecanismos de combate à corrupção como o a lei da delação premiada, enviada ao Congresso Nacional durante o seu governo, como instrumento de perseguição política.
“O fato de eu ter enviado esta lei não autoriza a utilização do combate à corrupção como instrumento político neste país. Há um sepulcro caiado, um sepulcro caiado, como dizia a Bíblia, que transforma alguns em investigados, outros são denunciados e nunca mais investigados. O que não é possível não é a lei, é o uso indevido político e ideológico dessa lei. Se nós queremos respeito e sustentabilidade de uma lei, nós devemos fazer por onde”, afirmou.
A declaração foi feita durante seu depoimento na sessão do julgamento do processo de impeachment que tramita contra ela no Senado no momento em que ela respondia a questionamentos feitos pelo senador Eduardo Amorim (PSC-SE). Ela mencionou que durante seus governos e os do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tanto a Polícia Federal quanto o MPF (Ministério Público Federal) tiveram autonomia para investigar casos de corrupção. “Nós respeitamos a autonomia do MP indicando o primeiro da lista. Não nomeamos nenhum engavetador de processos. Demos condições para que a PF não utilizasse a sua estrutura para perseguir quem quer que seja”, afirmou, em crítica velada ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Desde 2014, integrantes de diversos partidos, entre eles o PT, PMDB, PP e PSDB, têm sido alvo de investigações conduzidas pelo MPF (Ministério Público Federal) no âmbito da Operação Lava Jato. As investigações indicam que partidos e políticos se beneficiavam de um esquema de cobrança de propina para financiar campanhas eleitorais pagas por empreiteiras que mantinham contratos com empresas estatais como a Petrobras e Eletrobras. Delações premiadas como a da empreiteira Andrade Gutierrez têm atingido a campanha de Dilma em 2014.
Dilma fez um discurso de quase 50 minutos na manhã desta segunda-feira, em que se disse injustiçada e chamou o processo de impeachment de "golpe". Em seguida, ela responde a perguntas de senadores. Pelo menos 49 senadores se inscreveram para fazer questionamentos à presidente.
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