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Dilma afirma que denúncia do MPF visa impedir candidatura de Lula em 2018

Do UOL, em São Paulo

14/09/2016 20h13

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que a denúncia feita pelo MPF (Ministério Público Federal) contra ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e a sua mulher, Marisa Letícia, nesta quarta-feira (14) tem como objetivo atender aos interesses de “daqueles que pretendem impedir” a candidatura de Lula à Presidência da República nas eleições de 2018. O posicionamento da ex-presidente foi postado na página dela do Facebook.

Lula, Marisa Letícia, presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e outras cinco pessoas foram denunciados pelo MPF por envolvimento no caso do tríplex do condomínio Solaris, no Guarujá (SP).

Dilma afirma ainda ser “lamentável que uma denúncia sem provas” seja feita contra Lula e sua família e diz que “mais uma vez, a democracia é ferida, mais uma vez, grave injustiça é cometida sem fundamentos reais”, fazendo uma menção clara ao processo de impeachment que a tirou da Presidência da República no final de agosto.

Lula foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. De acordo com o MPF, o apartamento em Guarujá foi reformado pela construtora OAS com dinheiro que teria sido desviado da Petrobras. As investigações apontam que Lula é dono do imóvel. Ele nega.

Para a defesa de Lula, a peça do MPF e as alegações do procurador da República e Coordenador da Força Tarefa do Ministério Público Federal na Lava Jato, Deltan Dallagnol, em sua exposição à imprensa, não passam de um "truque de ilusionismo".

Procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato acusaram o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter comandado uma "propinocracia". Dallagnol chegou a declarar Lula “é o comandante máximo dos crimes de corrupção na Petrobras. Sem o poder de influência de Lula esse esquema seria impossível.”

A acusação afirma ainda que o governo do PT distribuiu cargos entre aliados e apadrinhados políticos com o objetivo de "arrecadar propinas". O suposto esquema de corrupção comandado pelo petista teria garantido a governabilidade em seus mandatos.

A denúncia do MPF deve chegar às mãos do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância. Assim que tiver acesso ao processo com a denúncia, o juiz terá um prazo de cinco dias para analisá-lo e tomar uma decisão, segundo Figueiredo. Se Moro aceitar a denúncia feita pelo MPF, Lula passará de denunciado a réu e será citado e intimado a apresentar uma defesa preliminar em um prazo de dez dias.

Após isso, o juiz pode decidir pela absolvição sumária, "se a pessoa demonstra em sua defesa que é absolutamente inocente" ou pelo prosseguimento do processo, com o agendamento de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, na qual serão ouvidos as testemunhas de defesa e de acusação, além do réu.