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Após aprovação na Câmara, Temer confia em vitória também no Senado

O presidente Michel Temer ao lado do ministro Eliseu Padilha - Pedro Ladeira - 5.out.2016/Folhapress
O presidente Michel Temer ao lado do ministro Eliseu Padilha Imagem: Pedro Ladeira - 5.out.2016/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

11/10/2016 13h43Atualizada em 11/10/2016 15h05

A aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do teto dos gastos públicos com o apoio de 366 deputados foi "muito significativa", na opinião do presidente Michel Temer (PMDB). "Deputados compreenderam a importância do projeto e [mostraram que] estão preocupados com o Brasil", disse em entrevista à rádio CBN na tarde desta terça-feira (11).

Temer acredita em grande apoio na segunda votação da PEC na Câmara Federal. "No segundo turno, é sempre mais fácil", disse o presidente, que avalia que a votação será semelhante e que haverá vitória também quando o assunto chegar aos senadores. "No Senado, tenho impressão que vamos aprovar". 

O presidente acredita que todo o processo de votação do tema no Congresso esteja concluído até o fim do ano. Sobre isso, ele chegou a citar o presidente do Senado, que estaria atuando nesse sentido.

Mais cedo, em cerimônia no Palácio do Planalto, Temer disse que a aprovação da PEC aumenta a credibilidade da economia brasileira e mostra que o Brasil é um país sério. "Não foram poucas as manifestações que, hoje pela manhã, eu vi e ouvi, não só de natureza nacional, mas de igual maneira de natureza internacional. Para revelar que o Brasil é um país sério, país que leva a sério as contas públicas", mencionou Temer.
 
'Haverá sacrifício? É possível, uma ou outra coisa, mas em que todos colaboraremos. E também não vamos pensar que no Brasil só existe gente como nós, existe gente pobre. Não é sem razão que nós, ao longo do tempo, mantivemos todos os chamados programas sociais, e sobre mantê-los, ainda os revalorizamos, coisa que não se fazia há muito tempo", defendeu o presidente.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que discursou antes de Temer, também comentou a aprovação do limite de gastos na Câmara, que classificou de "vitória esplendorosa". Vitória essa que atribuiu à "paciência" de Temer.

Temer e Padilha participaram da cerimônia de assinatura de Acordo de Cooperação Técnica com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), da qual também estiveram presentes o presidente do TSE, Gilmar Mendes, e a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia. O acordo visa a digitalização e o compartilhamento de dados entre os poderes da República.

Base

Apesar de ter conseguido grande apoio para aprovação da proposta, Temer avalia que sua base na Câmara seja ainda maior, considerando que o assunto “enseja polêmica”, disse à CBN. “Numa matéria como essa você ter 366 votos, eu creio que é nossa base de governo, [deve ser] até maior. Alguns faltaram, estavam viajando”, comentou o presidente. Para ele, sua base pode chegar a 375 deputados. Temer ainda ressaltou que, desde que era interino, não perdeu “nenhuma votação”.

Sobre críticas de que a PEC modificaria gastos com educação e saúde, o presidente diz que o orçamento de 2017 não aponta redução nas verbas nas duas áreas. Temer também criticou a invasão de estudantes ao escritório da Presidência em São Paulo em protesto contra a proposta. “Não sei se os estudantes que foram lá ontem examinaram o orçamento ou se só ‘ouviram dizer’ [sobre a PEC]”. 

Previdência

Temer acredita que o projeto de reforma da previdência, que também será feita por meio de uma PEC, gere ainda mais polêmica que a do teto dos gastos. “Reconheço que ela vai ser mais polemizada, mais discutida. Mas vamos fazer todos os esclarecimentos possíveis. Vamos fazer com maior intensidade. Por uma razão muito singela: se não fizer algo nessa direção, daqui a dez anos o cidadão vai bater na porta do poder público e não vai ter dinheiro para pagar”.

O presidente, por enquanto, só tem um esboço da reforma e só fará isso após a viagem que fará à Índia e ao Japão. Com a definição da reforma, ele quer discutir o assunto com centrais sindicais e lideranças do Congresso. “Tem que asfaltar o terreno. Se você não asfaltar o terreno, numa matéria dessa natureza, tentar impor de cima para baixo não dá certo”.

Apesar de algumas centrais sindicais não serem a favor da proposta, Temer ressaltou que irá dialogar com elas. “Eles podem ficar contra, mas uma coisa é ficar contra, digamos assim, raivosamente ou decepcionadamente. Outra coisa é ficar contra sem muito entusiasmo”.

Temer quer que, com a reforma, a Previdência seja equânime entre a “dos trabalhadores e a do serviço público”. “Precisa igualar isso e esse é um ponto que já está definido”.

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