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Cunha e Cláudia conversaram separados por vidro e com fones em 1ª visita

Cunha e a mulher, a jornalista Cláudia Cruz; casal é réu operação Lava Jato - Pedro Ladeira/Folhapress
Cunha e a mulher, a jornalista Cláudia Cruz; casal é réu operação Lava Jato Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Janaina Garcia

Do UOL, em Curitiba

21/10/2016 16h53

O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a mulher, a jornalista Cláudia Cruz, se emocionaram no primeiro encontro do casal desde que o peemedebista foi preso, na última quarta (21). Na área de custódia da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, eles conversaram na área do parlatório, separados por um vidro e com comunicação por fones, e puderam se abraçar rapidamente. O casal se emocionou –até então, Cunha mantinha uma postura “serena e tranquila”, segundo seus advogados.

O UOL apurou os bastidores dessa primeira visita recebida pelo ex-presidente da Câmara com agentes federais, que preferiram não se identificar. O escritório que atende Cunha e Cláudia –que, como o marido, é ré na Operação Lava Jato –disse que não comentaria a visita. Abordada de manhã ao deixar o prédio da PF, a jornalista também não quis se pronunciar.

Claudia deixou o prédio da PF de manhã ao lado do advogado Marlus Arns, representante de um dos três escritórios que atendem Cunha. Os outros dois são de Brasília e do Rio.

De óculos escuros, coque e roupas pretas, Cláudia não chamou atenção ao deixar a PF pelo saguão. Um carro importado com placas da capital paranaense aguardava ela e o advogado a poucos metros da saída.

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A jornalista Claudia Cruz deixa a sede da Polícia Federal, em Curitiba, ao lado de um dos advogados do marido, o ex-deputado Eduardo Cunha
Imagem: Janaina Garcia/UOL

Segundo a assessoria de imprensa da PF, a visita só foi liberada "pelo fato de ele [Cunha] ter chegado na quarta-feira (19) em condições especiais e específicas, ou seja, no final da tarde, sem possibilidade de recebimento de visita".  Na ocasião, o peemedebista chegou às 17h30, e cinco manifestantes o aguardavam na entrada do prédio aos gritos de “Fala, Cunha”. Na saída, no mesmo dia, advogados do ex-deputado foram hostilizados por populares com xingamentos.

Até as 16h de hoje, a defesa ainda não havia apresentado o pedido de habeas corpus ao TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, conforme anunciado ontem em coletiva.  Também ontem, o advogado sustentara que Cunha não receberia visitas de familiares por considerar “exaltados” os “ânimos na sociedade” e para que isso não gerasse desgaste do preso e dos parentes.

Ré na Lava Jato, Claudia depõe dia 14 a Moro

Cláudia também é ré na Operação Lava Jato. Ela é acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas de cerca de R$ 1 milhão por meio de contas secretas no exterior que seriam abastecidas pelo marido com dinheiro de corrupção na Petrobras. Ela nega as acusações.

Na última segunda-feira, Moro agendou o interrogatório da jornalista e do empresário Idalécio de Oliveira, também réu na ação, para o próximo dia 14 --seis meses após o juiz da Lava Jato aceitar a denúncia contra a mulher de Cunha.

No dia 9, serão interrogados o ex-diretor Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada e o lobista João Augusto Rezende Henriques, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras. Eles são réus na mesma ação de Cláudia.

O interrogatório encerra as alegações finais das defesas e da acusação e representam a etapa final antes do julgamento.