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"O que há de pior": o que Jorge Viana já disse sobre o governo Temer

Com afastamento de Renan, senador Jorge Viana (PT) deve assumir a presidência do Senado - Eduardo Anizelli/Folhapress
Com afastamento de Renan, senador Jorge Viana (PT) deve assumir a presidência do Senado Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

Maria Júlia Marques

Do UOL, em São Paulo

06/12/2016 10h03

Com a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), de afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, o vice-presidente da casa, Jorge Viana (PT-AC) assumirá o cargo. Petista, Viana faz oposição ao governo, e por isso sua ascensão causa preocupação entre os aliados do presidente Michel Temer (PMDB).

Viana será responsável por definir as pautas de votação do plenário e, por isso, pode dificultar planos do governo como a votação da PEC do Teto dos Gastos, que está prevista para a próxima semana.

O petista não esconde que tem críticas à atual administração.

O que há de pior na política brasileira. O que há de pior. Este país não aguenta um governo como esse que o senhor Michel Temer montou. Não aguenta"

O senador foi contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e afirma que o governo Temer não tem legitimidade. "Eu acho que o PMDB pode estar pondo um fim à sua história querendo chegar, pela segunda vez, à Presidência, sem voto".

Outra declaração que deixou claro que Viana não simpatiza com o governo aconteceu quando o senador teve dificuldades para visitar Dilma durante o processo do impeachment. Viana criticou publicamente uma barreira colocada perto do Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência, local próximo ao então endereço de Dilma, o Palácio da Alvorada

"Dilma está sitiada. Acabei de fazer uma visita a ela, tive que me identificar, esperar um bom tempo para que telefonemas fossem dados, para fazer uma simples visita. Que país é este?", disse o senador à época.

Que governo provisório é esse? Essa é a plena democracia? Isso é o funcionamento pleno das instituições?

Para Viana, o Planalto está fragilizado e Eduardo Cunha (PMDB- RJ) pode "se transformar no maior delator da Operação Lava Jato, danificar de morte o PMDB e acabar com o governo [Michel] Temer".

Ao ser informado sobre o afastamento de Renan Calheiros na noite desta segunda-feira (5), o petista se disse surpreso. "Acabei de chegar do Acre e, aqui em Brasília, fui surpreendido pela notícia da liminar do STF. Imediatamente me dirigi à casa do presidente Renan. A Presidência do Senado tornou pública uma nota, e nós vamos aguardar a notificação oficial. Amanhã teremos reunião da Mesa [Diretora]. Certamente, conversaremos para ver as medidas adequadas que devem ser adotadas".

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