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Cabral volta ao Complexo de Bangu, e grupo solta rojões para comemorar

Do UOL, em São Paulo*

17/12/2016 17h20Atualizada em 17/12/2016 20h46

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) chegou por volta de 17h deste sábado (17) ao Complexo de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, uma semana depois de ser transferido para Curitiba. Ele deixou a carceragem da Polícia Federal, na capital paranaense, por volta das 10h. A decisão de transferi-lo é do desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).

Ele ficará na unidade 8 do complexo. O canal de TV "GloboNews” informou que bombeiros usando toucas de Papai Noel e um grupo de parentes de detentos que estavam na entrada do local comemoraram a volta do peemedebista a Bangu. Eles tomaram espumante e chegaram a soltar rojões. Antes de ser levado ao complexo, Cabral passou pelo IML (Instituto Médico Legal) do Rio para fazer exame de corpo de delito.

Sérgio Cabral foi detido em 17 de novembro pela Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato, e levado para o Complexo de Bangu, no Rio. Após suspeita de irregularidades nas visitas, o juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do Rio, ordenou a transferência do ex-governador para Curitiba. No Paraná, o peemedebista é alvo de um mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz federal Sérgio Moro.

A decisão do desembargador federal Abel Gomes atende a um pedido da defesa de Cabral. O magistrado ordenou "o imediato retorno" do ex-governador ao Presídio Pedro Werling de Oliveira, no Rio. Na decisão, Gomes assinalou que a transferência para o Rio se dava "por razões humanitárias e visando à utilização de meios que possibilitem a reconstrução pessoal do preso". Ele também destacou que "é imperioso que o custodiado fique próximo ao seu domicílio e meio familiar, à exceção dos casos em que seja concretamente verificada a necessidade da transferência por interesse da segurança pública ou do custodiado".

"Nem mesmo o fato de o paciente (Sergio Cabral) estar respondendo a processo penal também na Justiça Federal do Paraná seria motivo para que ele lá permaneça, pois também está respondendo a processo aqui na Justiça Federal do Rio de Janeiro, e esta é a cidade de seu domicílio e de sua família, a qual, nos termos da legislação, prevalece para sua custódia", escreveu o magistrado.

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Na última terça-feira, um dos advogados de Cabral afirmou que a transferência dele para a capital do Paraná foi desnecessária e atingiu o direito de defesa. O advogado Raphael Mattos disse ainda que a decisão contrariou a lei uma vez que o ex-governador deveria ficar próximo de sua família. O peemedebista é alvo em duas ações penais: uma na Lava Jato, no Paraná, e outra na Calicute, no Rio.

O juiz federal Sérgio Moro abriu ação penal na sexta-feira (16) contra o ex-governador por propina de pelo menos R$ 2,7 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez, entre 2007 e 2011, referente as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras. Sérgio Cabral é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

A Procuradoria da República, no Rio, denunciou Sérgio Cabral por associação criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do Rio, acolheu a denúncia. Sérgio Cabral é acusado por 164 atos de lavagem de dinheiro e 49 de corrupção passiva.

* Com Estadão Conteúdo