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Paes deixa prefeitura do Rio com música gospel, reza e provocação a Crivella

Paes disse que não poderia sair da prefeitura sem fazer sua última piada - Luiz Ackermann/Estadão Conteúdo
Paes disse que não poderia sair da prefeitura sem fazer sua última piada Imagem: Luiz Ackermann/Estadão Conteúdo

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/12/2016 14h07Atualizada em 30/12/2016 15h08

Dois dias antes de o bispo licenciado da Igreja Universal Marcelo Crivella (PRB) assumir a Prefeitura do Rio de Janeiro, o atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), organizou uma festa na sede da administração para se despedir dos servidores municipais. Paes deixou o prédio em que trabalhou nos últimos oito anos ao som de canções gospel e após duas orações.

"Para aqueles que pensaram que só haveria música para Jesus na chegada do outro prefeito [Crivella], estamos aqui louvando a Deus", declarou Paes, dizendo que não poderia sair da prefeitura sem fazer sua última piada.

O prefeito foi embora da prefeitura sob aplausos de funcionários púbicos municipais, assessores e secretários de governo. Agradeceu o empenho de todos em um discurso na porta da sede da administração. Chorou ao abraçar presentes.

"Foram os oito anos mais incríveis da minha vida. Não houve um dia que tivesse sem disposição para trabalhar", afirmou. "A gente mostrou que era possível fazer até as coisas que pareciam ser impossíveis. Saímos de cabeça erguida e peito estufado."

Ao discursar, Paes manteve-se ao lado do deputado federal Pedro Paulo (PMDB), que foi seu secretário de Governo e a quem ele chamou de "primeiro-ministro". Pedro Paulo disputou a eleição para prefeito do Rio e perdeu ainda no primeiro turno.

O prefeito lembrou da derrota do candidato que tinha seu apoio. Por conta da perda, ele disse que até poderia fazer oposição à gestão de Crivella. Afirmou que não o fará "por amor ao Rio".

Paes disse ainda que o Rio é uma cidade aberta a todos, e declarou que espera que ela continue assim. Rezou um Pai Nosso e uma Avê Maria após encerrar seu discurso. Suas últimas palavras na prefeitura foram: "Viva o Rio! Viva Jesus!"