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Doria repete mote "Alckmin presidente"; governador compara dupla a Pelé e Coutinho

Doria e Alckmin exaltaram o fato de torcedores do Santos estarem no poder - Jales Valquer /Fotoarena/Estadão Conteúdo
Doria e Alckmin exaltaram o fato de torcedores do Santos estarem no poder Imagem: Jales Valquer /Fotoarena/Estadão Conteúdo

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

01/01/2017 20h44

A cerimônia de transmissão do cargo de prefeito de São Paulo transformou-se em palanque político para o governador Geraldo Alckmin (PSDB) neste domingo (1º). O tucano prometeu fazer com o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), uma dupla como a de Pelé e Coutinho, ídolos da época de ouro do Santos. O pupilo, por sua vez, voltou a defender a candidatura do padrinho à Presidência, em 2018.

Doria terminava seu discurso diante de cerca de mil convidados na cerimônia realizada no Theatro Municipal, no Centro de São Paulo, quando um apoiador gritou da plateia que o tucano colocaria a cidade nos trilhos. O prefeito aproveitou e emendou: "E com Alckmin, vamos colocar o Brasil nos trilhos".

Ele repetiu, assim, a iniciativa que teve no primeiro discurso após a vitória no primeiro turno da eleição municipal. Na ocasião, impulsionado pelo expressivo e inédito resultado, também defendeu a candidatura do governador ao Palácio do Planalto.

Alckmin teve a oportunidade de discursar antes na cerimônia de hoje e citou a dupla Pelé e Coutinho ao prometer fazer parcerias com Doria. "Temos [ele e Doria] em comum a paixão pelo Santos Futebol Clube. Nos inspiremos em Coutinho e Pelé, os reis da tabelinha, para fazermos parcerias", disse o governador, que torce para o Santos.

"Agora quem dá a bola é o João Doria", concluiu parodiando uma parte de um dos hinos do clube santista.

Pelé e Coutinho formaram a dupla ofensiva mais famosa do Santos e foram campeões mundiais pelo clube na década de 1960. Pelé já era o principal jogador da equipe e já fora campeão do mundo pelo Brasil quando Coutinho surgiu.

Doria tornou-se candidato a prefeito graças ao apoio de Alckmin. No discurso, o governador afirmou que o aliado político é um "grande agregador" e um "incansável trabalhador". Convidados chegaram a gritar “Alckmin presidente” quando ele foi chamado a falar.

Alckmin, que perdeu a eleição presidencial de 2006 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defende a realização de prévias no PSDB para definir o candidato ao Planalto em 2018. O senador Aécio Neves (MG) seria seu principal adversário dentro do partido.

Sem reeleição

Na cerimônia do Theatro Municipal, Doria prometeu governar para os mais pobres, mas evitou citar metas de sua gestão na cidade de São Paulo. Declarou apenas que as áreas prioritárias serão saúde, educação, mobilidade urbana, habitação e segurança pública.

Curiosamente, a outra promessa que fez foi a de não ser candidato à reeleição, o que lhe permitiria tentar outros cargos políticos, como o de governador, buscando suceder seu padrinho.

As referências ao Santos também envolveram o vice-prefeito Bruno Covas, outro torcedor do time e neto de Mário Covas, um dos fundadores do PSDB.

Bruno foi elogiado por Alckmin e Doria. Além do cargo de vice, o neto do ex-governador Covas será secretário das Prefeituras Regionais. Ao discursar, o prefeito chegou a brincar com o vice dizendo que ele será prefeito de 32 cidades [em referência às 32 prefeituras regionais, antes chamadas de subprefeituras] e terá de “aguentar o tranco”.

Se “aguentar o tranco”, pode se fortalecer para assumir a prefeitura e proporcionar aos tucanos a segurança necessária para que Doria se candidate a outros cargos durante ou depois do mandato de prefeito.

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