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Eike comeu frango, falou do clima em NY e dormiu no voo, relata passageiro

Sérgio Padovani estava no mesmo voo que trouxe Eike --e fez uma selfie para registrar o momento - Hanrrikson de Andrade/UOL
Sérgio Padovani estava no mesmo voo que trouxe Eike --e fez uma selfie para registrar o momento Imagem: Hanrrikson de Andrade/UOL

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/01/2017 13h07Atualizada em 30/01/2017 18h40

O ex-bilionário Eike Batista, preso nesta segunda-feira (30) ao desembarcar no Rio de Janeiro, teve um voo tranquilo, no qual passou boa parte do tempo dormindo, segundo o empresário norte-americano Nestor Wright, 50, que disse ter ocupado lugar próximo ao brasileiro.

O dono do grupo EBX, que já foi um dos homens mais ricos do mundo, comeu frango durante o trajeto e conversou sobre "banalidades".

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Nestor Wright, passageiro do voo que trouxe Eike
Imagem: Hanrrikson de Andrade/UOL

"Nada demais. Falamos sobre a temperatura em Nova York, que lá estava frio e aqui, não", contou.

"Depois disso, eles vieram e o tiraram do avião", disse Wright, que estava acompanhado do também norte-americano David Barton.

"Ele [Barton] sentou bem ao lado do Eike. Eu fiquei na outra fileira", explicou. "Estava super calmo e normal. Fingimos que não sabíamos quem ele era até mesmo para não incomodá-lo. Ele estava tão calmo", completou. Depois do breve diálogo, o ex-milionário acabou pegando no sono e dormindo a maior parte da viagem.

Já o paranaense Sérgio Padovani disse que, já no aeroporto JFK, em Nova York, a presença de Eike gerou comoção no saguão de embarque. Segundo ele, muitos aproveitaram para tirar selfies e fotos. "Mas ele se manteve sempre quieto e sereno. Não deu uma palavra. Foi bem frio mesmo", declarou.

Padovani, que também é empresário e atua no ramo de confecções, alfinetou Eike ao dizer que "não acredita em milagre" no mundo dos negócios. "Eu penso que milagre não existe. Um dos homens mais ricos do mundo quatro ou cinco anos atrás, hoje mostrando de onde veio a riqueza, né? Eu também sou empresário e sei que milagre não existe."

Colaboração dos passageiros

O voo 973, da companhia América Airlines, pousou no Galeão, na zona norte carioca, às 9h54, mais de 30 minutos antes do horário previsto. Segundo Wright, Eike recebeu voz de prisão ainda na aeronave. "Quando o avião desceu, o piloto pediu que aguardássemos cinco minutos sem levantar porque ele iria ser retirado antes. Ele desceu a escada e foi colocado em um carro. A gente viu tudo pela janela."

Depois disso, Eike deixou a base aérea do Galeão rumo ao IML (Instituto Médico-Legal), no centro da cidade, onde fez exame de corpo de delito. Na sequência, ele foi levado para o presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte.

A professora Sônia Valente, que também estava no avião, disse que todos atenderam ao pedido do piloto pouco depois da aterrissagem. "Ele disse que era um especial request, ou seja, um pedido especial. Todos ficaram sentados mesmo depois que acendeu a luz para desafivelar os cintos", contou. A passageira relatou ainda que se sentiu "vivendo um momento especial". "Afinal, é um momento histórico para o nosso país."

Durante o voo, relatou Wright, não houve qualquer comentário sobre a Operação Eficiência, realizada no âmbito da Operação Lava Jato e cujas investigações resultaram no mandado de prisão expedido contra ele. "Jamais perguntaria qualquer coisa. No nosso negócio, a gente lida com celebridades e realmente não entramos em detalhes."
 

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AFP