"Crimes não são cometidos no céu", diz Moro em sentença que condenou Cunha; veja íntegra
O deputado federal cassado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi condenado nesta quinta-feira (30) a 15 anos e quatro meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Na decisão, o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, defendeu as delações premiadas.
"Em outras palavras, crimes não são cometidos no céu e, em muitos casos, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas são igualmente criminosos", escreveu.
Clique aqui para ler a íntegra da sentença http://zip.net/bgtG3b (url segura)
Nas palavras de Moro, “sem o recurso à colaboração premiada, vários crimes complexos permaneceriam sem elucidação e prova possível".
“É instrumento de investigação e de prova válido e eficaz, especialmente para crimes complexos, como crimes de colarinho branco ou praticados por grupos criminosos, devendo apenas serem observadas regras para a sua utilização, como a exigência de prova de corroboração”.
Segundo o juiz, quem tem criticado as colaborações é, "aparentemente, favorável à regra do silêncio”. “É certo que a colaboração premiada não se faz sem regras e cautelas, sendo uma das principais a de que a palavra do criminoso colaborador deve ser sempre confirmada por provas independentes e, ademais, caso descoberto que faltou com a verdade, perde os benefícios do acordo, respondendo integralmente pela sanção penal cabível, e pode incorrer em novo crime”.
*Colaborou Nathan Lopes, em São Paulo
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