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Prefeitura muda concentração de ato pró-Lula em Curitiba e proíbe carros de som

Integrantes do MST montam acampamento em Curitiba - TABA BENEDICTO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Integrantes do MST montam acampamento em Curitiba Imagem: TABA BENEDICTO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Janaina Garcia

Do UOL, em Curitiba

09/05/2017 12h31

Uma reunião entre a Prefeitura de Curitiba, Ministério Público e movimentos contrários e favoráveis ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu nessa segunda-feira (8) a mudança do local onde a militância de Lula se concentrará, quarta-feira (10), por conta do interrogatório do petista ao juiz da 13ª Vara Federal do Paraná, Sergio Moro. O grupo foi realocado da Boca Maldita, no centro histórico, para a Praça Santos Andrade, também no centro, próxima à UFPR (Universidade Federal do Paraná).

A militância anti-Lula e de apoio à operação Lava Jato será mantida no Centro Cívico, mas em espaço agora mais delimitado: a área de parque localizada atrás do Museu Oscar Niemeyer, na mesma região.

Na última quinta-feira, o secretário de Segurança Pública do Estado, Wagner Mesquita, havia anunciado a Boca Maldita e o Centro Cívico como, respectivamente, os locais de reunião das militâncias petista e antipetista após uma reunião com as polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar.

De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Curitiba, a mudança se deveu a “reclamações dos comerciantes” da região da Boca Maldita – tradicional reduto de manifestações políticas na capital paranaense –, mas ocorreu “de comum acordo” com a Frente Brasil Popular, que congrega movimentos sociais e centrais sindicais.

Com menos comércio em suas imediações, a praça da UFPR também é ponto habitual de manifestantes na cidade –tanto da esquerda quanto da direita. O local abrigou, por exemplo, protestos de secundaristas e de professores da rede estadual e de grupos favoráveis ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). O mais recente desses aconteceu em março passado, quando cerca de 5.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, se mobilizaram com críticas ao Congresso e apoio à Lava Jato.

Um documento apresentado pela Prefeitura por parte da Frente Brasil Popular no Paraná sugeria como pontos de concentração da militância a Boca Maldita ou a Santos Andrade. O grupo requereu ainda ao prefeito Rafael Greca (PMN) espaço para estacionamento de ônibus das caravanas que começaram a chegar à cidade –o que foi atendido com um terreno em frente ao estádio Pinheirão e outro no Parque dos Tropeiros, na Cidade Industrial, na periferia.

O pedido para uso de dois caminhões de som mais a instalação de um palco não foi atendido –mas foi estendido, segundo a Secretaria de Comunicação do município, às duas militâncias.

Processo do tríplex

O ex-presidente será interrogado pelo processo em que foi acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) do Paraná de receber como parte do pagamento de propinas pela OAS –em troca de três contratos da empreiteira com a Petrobras –um tríplex no edifício Solaris, no Guarujá, no ano de 2009. Lula nega a posse e mesmo qualquer pedido sobre o imóvel. O processo está na fase de instrução.