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Quem está por trás dos outdoors favoráveis à Lava Jato em Curitiba

Janaina Garcia/UOL
Imagem: Janaina Garcia/UOL

Vinicius Boreki

Colaboração para o UOL, de Curitiba

09/05/2017 10h53

Na semana anterior ao depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sergio Moro, Curitiba recebeu 35 outdoors apoiando à Lava Jato e até mesmo uma imagem em que uma caricatura de Lula aparece atrás das grades, com a mensagem “A ‘República de Curitiba’ te espera de grades abertas - #somostodoslavajato”. O cartaz é assinado por três entidades diferentes: Lava Togas, Brasil Estou aqui e VemPraRua.net.

A coordenadora do movimento VemPraRua.Net no Paraná, Gislaine Masoler, afirma que os outdoors foram pagos por cerca de 150 doadores do Paraná e de outros Estados, como São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco. Um outdoor na capital paranaense pelo período de um mês custa, segundo a média de mercado, a partir de R$ 2,7 mil, dependendo de sua localização, entre outros critérios, como impressão e material.

Gislaine não diz quanto foi arrecadado ou gasto na ação. O valor chegaria em torno de R$ 100 mil. “As pessoas estão querendo justiça. A verba para colocação é do povo, dos simpatizantes. Não entendo a preocupação com isso”, afirmou.

Além de doadores, Gislaine diz que os movimentos receberam o apoio de algumas das empresas responsáveis pelos outdoors. A gestora de Mídia da Margeon – empresa responsável pela colocação de 10 artes – confirma que a companhia está apoiando a Operação Lava Jato desde o ano passado. Ela ressalta, no entanto, que a empresa não foi responsável por nenhuma das artes em alusão ao ex-presidente Lula.

“Já apoiamos em mídias parecidas no ano passado. Nós veiculamos apenas a campanha institucional em apoio à Lava Jato para o esclarecimento dessas questões. Não estamos focando em um ou outro político, motivo pelo qual não veiculamos o outro layout [do ex-presidente Lula]”, explica Cristiane.

Localização

Os outdoors estão espalhados por algumas das principais ruas de Curitiba. No entanto, segundo Gislaine, a ideia dos movimentos era apenas veicular a campanha, sem uma distinção de localização. “Colocamos nos lugares em que estavam disponíveis. Não tem como ficar escolhendo muito”, diz.

Cristiane admite que a disponibilidade foi um fator determinante, mas, assim como em outras campanhas, o objetivo é fazer com que o maior número de pessoas tenha acesso àquela mídia. “Procuramos ter bom senso entre as duas coisas: o que era possível e o que estaria próximo da região central, onde circula o maior número de pessoas”, avalia.