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Manifestantes a favor da Lava Jato lamentam pouca adesão

10.mai.2017 - Manifestantes pró Lava Jato no Museu Oscar Niemeyer - Vinicius Boreki/UOL
10.mai.2017 - Manifestantes pró Lava Jato no Museu Oscar Niemeyer Imagem: Vinicius Boreki/UOL

Vinicius Boreki

Colaboração para o UOL, em Curitiba

10/05/2017 12h25Atualizada em 10/05/2017 12h25

Agrupados em uma esquina do Museu Oscar Niemeyer, no Centro Cívico, os apoiadores da Lava Jato lamentam a pequena adesão até o final da manhã desta quarta (10).  São cerca de 50 pessoas que pedem apoio de motoristas e pedestres e distribuindo adesivos a favor da Operação Lava Jato e contra o STF.

"O pedido do Juiz Sérgio Moro para que não houvesse manifestação influenciou bastante. Além disso, a mudança da data atrapalhou, pois muitas pessoas não conseguiram renegociar a vinda", afirma Narli Resende, relações públicas do Movimento Curitiba Contra à Corrupção.

Resende também reclama da dificuldade para encontrar um local de manifestação. "Até ontem, não sabíamos onde iríamos ficar. Tivemos apenas um dia para nos mobilizar", acrescenta.

A ativista Kelly Bolsonaro, 30 anos, veio de Brasília para acompanhar a manifestação. "Durante o impeachment, Brasília recebeu o apoio dos outros Estados. Me senti na obrigação de retribuir", afirmou. "Ainda está fraco o movimento, as pessoas poderiam ter se animado mais. Era o momento de mostrar o repúdio", reforçou.

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10.mai.2017 - Vendendo bandeiras do Brasil e máscaras de Lula zumbi e atrás das grades, o ambulante Fausto Leandro,44, reclama da baixa adesão: "Tem mais repórter do que pessoas"
Imagem: Vinicius Boreki/UOL

Vendendo bandeiras do Brasil e máscaras de Lula zumbi e atrás das grades, o ambulante Fausto Leandro, 44 anos, reclama da baixa adesão da manifestação. "Até agora, não vendi nada.   Esperava que viesse pelo menos mil pessoas, já que se falava em 5 mil participantes. Tem mais repórter do que pessoas", brincou.

"Justiça", pede aposentado

O aposentado Fraterno Maria Nunes,69, adiou a volta para Campo Mourão, no interior do Paraná, para acompanhar o clima em Curitiba. Nesta quarta-feira (10), o ex-presidente Lula ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontra pela primeira vez pessoalmente com o juiz Sergio Moro.

"Não estou preocupado, mas quero que a justiça seja feita. Espero que o Moro decrete a prisão do Lula hoje ou em outro dia", disse. "Estou aqui a passeio, logo vou embora, mas estou incomodando com esse pessoal da CUT, que passa por aqui."

Já o aposentado Marcos Lustosa Santos,62, lia o seu jornal em um banco da Boca Maldita e prometia tomar café e seguir a rotina: "Nada de anormal vai surgir hoje. A diferença está no que está sendo fabricado artificialmente, como essa manifestação de pessoas favoráveis ao Lula". Ele disse que vai acompanhar as notícias da audiência.

Na opinião dele, o ex-presidente procura criar um fato político para se defender. "A ideia dele é fazer com que essas pessoas realmente acreditem que ele está sendo perseguido", disse. Ele se diz favorável ao que o governo faça uma devassa na vida das pessoas, especialmente políticos. "Ninguém deve ter o direito a ter a sua vida cheio de privilégios, sem uma investigação", conclui.

Em regiões tradicionais de Curitiba, como a Boca Maldita e a Praça Tiradentes, a rotina segue a mesma apesar do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atrai manifestantes a favor e contra o petista.

Na manhã desta quarta, o movimento pela região central da cidade era tranquilo --e as pessoas ouvidas pela reportagem do UOL afirmavam que iriam acompanhar a audiência na Justiça Federal. Entre as manifestações, é mais usual encontrar mensagens de "Fora Temer" que alusões à Lava Jato.