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Cúpula do PSDB reitera apoio a Temer até decisão do TSE

19.mai.2017 - O senador do PSDB Tasso Jereissati durante entrevista - Ruy Baron - 2.fev.2015/Valor cultura/Folhapress
19.mai.2017 - O senador do PSDB Tasso Jereissati durante entrevista Imagem: Ruy Baron - 2.fev.2015/Valor cultura/Folhapress

Daniela Garcia

Do UOL, em São Paulo

25/05/2017 21h03Atualizada em 25/05/2017 23h26

O presidente nacional interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), voltou a afirmar, durante visita a São Paulo nesta quinta-feira (25) que o partido manterá apoio ao presidente Michel Temer (PMDB) até o julgamento da chapa presidencial no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A análise está prevista para o dia 6 de junho.

Jereissati se reuniu no início da noite desta quinta na residência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na região central de São Paulo, para consultar os tucanos paulistas sobre a posição do partido em relação ao governo Temer. Participaram ainda do encontro o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito da capital paulista, João Doria. 

Como presidente interino do partido, Jereissati se diz encarregado de ouvir governadores, prefeitos e parlamentares para decidir sobre o rumo do partido frente à crise do governo de Temer. Ele se negou a comentar o conteúdo da conversa com os tucanos paulistas. "As opiniões nem sempre são iguais entre os três", comentou. Ele não revelou as divergências entre eles sob a justificativa de ter que debater o assunto antes com a bancada parlamentar. 

"[A revelação das] gravações [da JBS] rompeu com a perspectiva de melhoria da economia. Até as famosas gravações, o Brasil estava indo muito bem para retomar o crescimento", disse o líder tucano.

O senador também negou tentativa de acordo com o PT em torno de eleições indiretas em caso de saída de Temer do cargo. "Há um radicalismo do PT nos preceitos legais", afirmou.

Tasso Jereissati foi escolhido como novo presidente do PSDB na última quinta-feira (18), após Aécio Neves ser um dos principais envolvidos na delação dos executivos da JBS. O ministro Edson Fachin, do STF, autorizou abertura de inquérito contra o senador, solicitada pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, e o afastou de suas funções de parlamentar.

"A renúncia dele não faz sentido. Ele, por enquanto, não foi julgado nem nada. Ele quer provar a inocência dele e eu tenho expectativa que ele faça isso", disse Jereissati sobre Aécio.

Por causa das informações fornecidas pelos executivos da JBS em delação premiada, o Supremo decidiu abrir inquérito também contra Temer pelos crimes de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa. O presidente recorreu e pediu que o processo seja suspenso até que seja realizada uma perícia na gravação feita pelo empresário Joesley Batista em que conversa com o peemedebista. 

Saída ensaiada

A presença do presidente interino em São Paulo foi divulgada na agenda oficial do prefeito João Doria na noite de quarta-feira (24). Segundo o documento, Doria iria se encontrar com Jereissati em seu gabinete junto de Julio Semeghini, secretário de governo municipal.

A reunião, entretanto, estava prevista para ser realizada em conjunto com os demais tucanos. Assessores de Alckmin criticaram, nos bastidores, a tentativa do prefeito de mostrar prestígio ao indicar reunião privada com o líder do partido. 

Depois de provocar o embaraço, Doria deixou o prédio de FHC ao mesmo tempo em que Alckmin, por volta das 19h40 desta quinta. Jereissati saiu do local cerca de 20 minutos depois.